sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AVAÍ

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Li, há uns três dias, uma crítica do Mister Magoo sobre o Avaí.

Quando residia em Florianópolis, por influência do Rubem Brunetti, da Brunetti Discos, torcia para esse time.

Mas nunca fui um torcedor muito esforçado. Assisti apenas a um jogo. Contra o Figueirense. Aquele em que o Dalmo Bozano, que atuava como bandeirinha (hoje seria assistente), assinalou um impedimento e levou uma pedrada na cabeça.

Mas a matéria do Magoo revolveu-me a memória: lembrei-me de que em certa ocasião julguei um recurso envolvendo o Internacional de Porto Alegre.

Os ânimos dos torcedores gaúchos são muito acirrados quando se trata de Grêmio e Internacional. Mesmo entre desembargadores.

Por isto, sendo relator, ao enviar a minuta do voto ao revisor, escrevi num bilhete uma quadrinha assimétrica e disritmada, assim:

Quem é colorado deve se dar por impedido.
Quem for gremista, com muito mais razão.
Eu, catarina, não torço para nenhum deles.
Sou Avaía (nem sei se ainda existe, ou não).

A imprensa daqui não divulga o futebol catarinense. Fiz uma busca e encontrei os versinhos ainda arquivados... Ignoro como resistiram à troca de vários computadores, mantendo-se intactos por mais de cinco anos.

O inconsciente e o subconsciente dos computadores são insondáveis. Nem Freud conseguiria destrinçá-los.

Perco, às vezes, arquivos importantes. Agora mesmo estou aflito procurando no micro de mesa dois que foram para o espaço no notebook. Às vezes meus dedos são mais ágeis que minha cabeça e não consigo me habituar à idéia de que a lixeira deve ser apenas periodicamente limpa. E não é falta de advertência de meu irmão. Acho que vou mudar o ícone da lixeira cheia, colocando o mesmo da vazia...

Mas é bom saber que o Avaí resiste e que não preciso mais chamá-lo de Avaía. Está meio por baixo, mas nada impede uma reviravolta.

Estimo melhoras e franca recuperação.
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Publicado no Jus Sperniandi, do autor, no Uol,
em 02/08/2004.
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Obs.: Hoje a situação do Avaí está bem diferente. Para melhor!
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Um comentário:

  1. Pitacos transcritos do original:

    [Giorgia] [giorgia@gmail.com] [coisasbobas.blogspot.com]
    Eu também era vascaína e corintiana. Hoje, sou "nada"...

    04/08/2004 14:58

    [Carlos Damião] [carlosdamiao@brturbo.com] [http://carlosdamiao.zip.net]
    Prezado Ilton Saudações alvinegras. Mas preciso dizer que, na infância, era colorado e flamenguista (duplamente rubro, por causa do rádio). Gozado, quando a gente era garoto não havia tantos torcedores pelos times de São Paulo. Meu pai dizia que era mesmo por causa do rádio. QUanto ao Avaí, tenho carinho especial pela equipe, justo pelo meu pai, que era torcedor fanático, daqueles que se abatem quando o time perde. [Gozado, eu me abato quando o Guga perde]. Abraço grande Carlos Damião

    03/08/2004 21:10

    RESPOSTA:
    Pois é isto mesmo. Na minha infância, em Taió, era mais fácil sintonizar rádios de SP ou do Rio, em ondas curtas, do que de Santa Catarina. Por isto nós torcíamos para times daqueles Estados. Eu era vascaíno e corintiano. Ainda continuo simpatizando com o Corínthians. Deve ser algum resquício masoquista.

    [Bonassoli] [www.bonassoli.blogspot.com]
    Ílton, orgulho grande em ser citado aqui em tão nobre espaço dos blogs. Obrigado. Sobre o combalido Avaí, acho até normal a imprensa do RS não dar a mínima para o futebol de SC. Faz sentido se levar em conta o nível baixo do esporte bretão por aqui. Mais sentido ainda quando se trata de uma imprensa bairrista como a gaúcha. Mas o que importa é que tu és avaiano!

    03/08/2004 18:30

    RESPOSTA:
    Mas aqui, atualmente, o nobre esporte bretão anda, literalmente, mal das pernas. Vai longe o tempo em que Grêmio e/ou Inter podiam ser considerados "grandes" no cenário nacional. Vive-se de comparações...

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