quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EU E O MEU FANTASMA

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Caminho pelas noites do mundo
à procura de fantasmas
e nunca encontrei algum:
apenas estrelas e luzes de néon
– fogo fátuo modernoso –,
bêbados trôpegos e mendigos nas calçadas.

Percorro os caminhos das formigas
do meu jardim
à procura de duendes
e só encontro flores.
Algumas belas e viçosas,
outras corroídas e murchas.

Pesquiso meu passado
em busca de um Napoleão
mas nem sei se já vivi
mesmo nesta vida.

Não me lembro
algo que valha à pena.

Não sei porque sou tão comum.
Meu único fantasma sou eu.
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Publicado em Jus Sperniandi, do autor, no Uol,
em 22/08/2004.
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Um comentário:

  1. Ilton, que bom você manter este espaço! Vou linkar no meu TOTH blog.

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