terça-feira, 31 de agosto de 2010

LULA DEIXA CAIR A MÁSCARA

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Não nutro simpatia pelo PT e isto não é segredo. É do meu direito, não sei até quando, antipatizar com qual partido queira, já que simpatizar, no fundo, não simpatizo com nenhum.

Tenho amigos petistas, respeitamos nossas posições e, elevando a amizade acima da política, evitamos o assunto e convivemos naturalmente bem. Talvez por isto, e por outras, sempre achei que, no fundo, as insinuações de que o partido pretende implantar alguma forma dita esquerdista de Governo, que tolha a nossa liberdade, fosse lenda. Sempre imaginei que, com a retomada da Democracia após a Ditadura, não haveria como impor um regime radical ao país porque nossas instituições estariam fortalecidas e maduras. Acho que me enganei.

Alguns acontecimentos do segundo mandato de Lula, principalmente normas restritivas ao livre arbítrio, a tentativa de Tarso Genro de fulminar o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, a inclinação para os vizinhos socialistas bolivarianos, a aproximação com o Irã de Ahmadinejad, deixaram mais ou menos claro que poderia haver alguma dissimulação na conduta pública do PT, mais especialmente por parte daqueles que ocupam cargos no Governo Federal, Lula entre eles.

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Acabo de receber o vídeo acima, que está à disposição de quem quiser no Youtube – portanto é público – e pela primeira vez senti alguma inquietação quanto ao futuro se o PT permanecer no Poder por muito tempo. Lula revela seu sonho recôndito de ver algum dia implantado na América Latina um regime como o de Cuba. Diz isto claramente e, ainda por cima, nos desqualifica, e aos demais latino-americanos, dizendo que “o povo cubano tem mais dignidade que a maioria dos povos da América Latina”. Quer dizer, nós fora! Diz que a revolução cubana não é cubana, é de todos nós(generosamente abdico da minha parte para quem quiser). E finalmente, depois de alguma tergiversação dizendo que nem Cuba, nem Paris, nem leninismo nem stalinismo seriam modelos para o Brasil, louva jovens que morreram tentando concretizar, de outras formas, com outras lutas aquilo, que se Deus quiser, nós iremos transformar em realidade um dia. Ou seja, a revolução de Fidel.

Embora o ambiente em que se encontrava talvez explique algum exagero da parte dele – o pronunciamento foi feito na Tenda da Revolução Cubana no último Fórum Social Mundial, na Amazônia –, não é possível ignorar-se o forte conteúdo de palavras que devem ser levadas a sério, principalmente porque partem de um presidente da República e é de se crer que fala em nome do povo do seu país.

Pode ser que minha interpretação seja demasiadamente trágica. Oxalá! Mas não tenho idade nem tempo de acreditar em tudo. Por isto, creio que Lula esteja sendo sincero. Se me perguntassem, há uns três ou quatro anos, se eu acreditava que ele faria um pronunciamento destes, diria tranquilamente que não. Pois aí está!

Sou adepto de mudanças. Acho que elas devem ocorrer, e vêm ocorrendo, para melhor, principalmente nos últimos duzentos anos da história da humanidade. Mas não gosto de mudanças bruscas, dessas que consideram, por exemplo, que tudo o que ocorreu no governo anterior foi ruim e precisa ser alterado. Esse tipo de mudança provoca crises de epilepsia social que geralmente sacrificam uma geração ou mais, além de se mostrarem frágeis e suscetíveis de contrarreformas e contrarrevoluções. 

Quanto ao vídeo, veja e tire suas próprias conclusões.

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Um comentário:

  1. Assisti ao vídeo agora mesmo.

    Estou chocado.

    Sem comentários...

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