sábado, 11 de setembro de 2010

Procurando o nome

Publicado originalmente em 02/09/2008

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Faz anos que não comento um filme. Inicialmente o fazia quase que quinzenalmente e esta era uma das finalidades do blogue, pois o cinema é um dos meus hobbies.

Filmes de terror não estão entre meus pnomerediletos, embora tenha falado aqui sobre O Iluminado, considerado o mais perfeito da categoria. Mas vi um mais assustador. Tão assustador que esqueci o nome... Estou procurando o nome e não lembro.

O enredo é aterrorizante, embora clássico, com início meio e fim. Não há intervenção de fantasmas ou outras entidades sobrenaturais. Também não há personagens com desvio de conduta nem com dupla personalidade. Todos cumprem papéis adequados ao meio e talvez por isto sejam tão assustadores.

Assisti ao filme na companhia de um guri de oito anos – a classificação é, surpreendentemente, livre – e ele adorou! Eu me assustei! Não dormi à noite.

É o seguinte: a família vive em paz e harmonia. O casal se ama. Está esperando filhos e, embevecido pela expectativa, dança, evolui, troca juras de amor e então, de repente, surge um terrível monstro.

A mulher é devorada e fica o marido, viúvo, com um filho que milagrosamente – só em filmes isto ocorre e se não acontecesse o filme teria que terminar quase antes de começar – também se salvou.

O garoto tem um defeito físico: uma de suas orelhas é bem menor que a outra. Isto faz com que seja objeto de chacotas na escola e o torna rebelde e desobediente. O pai perde o pulso e não consegue dominar seus impulsos.

O filme é americano, não sei se disse. Por isto esta mania de procurar em fatos da infância ou em características físicas a justificativa para atos de rebeldia ou de infâmia que jovens e adultos praticam depois. Ele é, como sempre nesses filmes, um rebelde com causa. Mas analisaremos isto em outra ocasião, se houver tempo e inspiração.

Num passeio da escola o garoto, cansado das chacotas, se desgarra dos colegas e é capturado por seres estranhamente vestidos e levado numa nave. É preso e exposto ao público numa jaula e se transforma em objeto de desejo de uma bruxinha má, feia, sardenta e ruiva que o achou bonito. E insiste em levá-lo para casa... (eu deveria defender a bruxinha porque, afinal, também fui feio, sardento e ruivo e o que disse sobre ela é politicamente incorreto, mas deixa prá lá).

Seu pai saiu à sua procura. Na longa jornada, enfrenta monstros tenebrosos, armadilhas dissimuladas nas curvas molhadas do trajeto, é fustigado por rajadas de vento e sofre mais do que mãe de ouriço-do-mar. Encontra uma parceira meio doidela que o auxilia e quase morre queimada numa armadilha. Ambos são, por duas vezes, literalmente engolidos por monstros, mas conseguem se safar.

O garoto também enfrenta provações. Para provar que é macho tem que passar, por exemplo, por um anel de fogo. Com ajuda de heterogêneos companheiros presos e após várias tentativas – numa quase morre e coloca em risco a vida dos demais –, contando com a colaboração de gente de fora (já disse que o filme é americano e, lá, os carcereiros são incorruptíveis), num esforço extremo, consegue, finalmente, fugir pelo esgoto.

Reencontra o pai, desculpa-se emocionadamente com ele, enfrentam mais alguns perigos e voltam para casa.

O filme termina bem, como todo filme de terror. Nos românticos e nas comédias, às vezes acaba mal para os personagens. Nos de terror, geralmente acabam bem, talvez até para acomodar a mente de quem assiste à irrealidade.

Mas o problema maior: o devedê foi devolvido à locadora e continuo procurando o nome do filme. Alguém aí pode me ajudar?

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