quinta-feira, 9 de setembro de 2010

UM POST SOFT

Postado originalmente em 03/09/2005

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Hoje ocorreu-me de fazer um post diferente, mais light, de fundo e de forma. Assuntos amenos e usando esta fonte que a Giórgia que, depois que a conheci semana passada, tem sido minha guru para fins blogueiros, sugeriu. Ela, que além de Procuradora da União, é terapeuta floral, me receitou também um composto porque, através de contato por MSN, descobriu que, graças a Deus, não sou perfeito. Tudo visoftsa tentar equilibrar-me em mim mesmo porque isto teria efeito positivo sobre a minha fibrilação, sem interferir no tratamento alopático.

Ela é muito sábia e me consolou. Depois de, juntos, desvendarmos uma verdadeira constelação de defeitos nesta humilde pessoa (perceberam?), desde unha encravada até uma incipiente calvície, me convenceu:

– Um detalhe: todo aparente defeito é uma qualidade em potencial.

Resistir a esse tipo de argumento, quem há de? Quem é que vai me agüentar mais perfeito do que já sou? É claro que estou tomando florais.

Feita esta introdução, vamos ao post.

A energia retornou ontem às 20,30 horas. Como eu havia digitado muito (no telefone, tentando o 0800 da CEEE) acabei ficando eu sem energia para postar.

Depois, quando nossa filha e uma irmã da Ieda telefonaram perguntando se estávamos bem é que tomamos conhecimento de que em algumas áreas de Porto Alegre o vento foi forte, derrubando árvores e postes. Mas nada incomum, considerando que isto acontece todos os anos aqui no Sul do Mundo.

Nós, aqui, só sofremos as conseqüências da falta de energia, o que não consideramos anormal. Muitas vezes ocorreu de uma tempestade no Japão cortar a luz aqui na Zona Sul.

À tarde, até tentei descobrir alguma coisa. Fui para o carro, liguei o rádio, mas todas as emissoras de Porto Alegre estavam disputando ferrenhamente a audiência transmitindo a mesma coisa: a chatíssima solenidade de abertura da Expointer. Ouvi, por alguns momentos, discursos de políticos e representantes dos agricultores, um dos quais agradeceu o apoio governamental na hora de plantar, os da hora da colheita, mas reclamou veementemente que não há subsídios na hora de comercializar. Muito falha a política governamental no setor, realmente muito falha...

Apenas uma rádio não cobria a Expointer. Nela, um pastor dessas igrejas alternativas fazia uma pregação irada e inflamada ameaçando-me com o fogo do inferno e com o castigo eterno se eu não seguisse os ensinamentos do “amigo” Jesus, inclusive e principalmente pagando o dízimo segundo os costumes. Não aceitava cheque.

Fiquei verdadeiramente amedrontado e resolvi cooptar a Ieda para a nossa boa ação do dia.

Na frente da minha casa, no outro lado da rua, há um armário da companhia telefônica, ricamente decorado com cartazes e pichações (uma verdadeira obra de arte), alimentado por baterias. Pela meia tarde apareceu um empregado da companhia com um gerador e ficou ali, no frio (claro, abrigado no interior de sua Brasília) para que, além da luz, não nos faltasse também telefone.

Às 19,30 horas a Ieda caprichou no preparo de uma torrada e de um capuccino quente, peguei uma lanterna e fui levar para ele, que deveria estar com fome e frio. Quando me viu, e iluminei o que estava levando, ele baixou o vidro e surpreendeu-se:

– Ah, pára! Não precisava! – ao mesmo tempo em que estendia as duas mãos para agarrar a bandejinha antes que eu me convencesse dos seus argumentos e desse meia volta.

Logo depois ele devolveu a bandeja e a xícara vazias.

Oh, como me sinto feliz!

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