A má vontade da grande maioria da imprensa e dos brasileiros
tornou Michel Temer o mais odiado presidente brasileiro de todos os tempos. Ele
é vituperado como nem Lula o foi. E as acusações contra ele, Temer([1]),
em termos de valores monetários e importância jurídica e política, são ninharia
se comparadas àquelas contra Lula, que já foi condenado em umas dezoito
instâncias (o sistema judiciário brasileiro acomoda muitas instâncias dentro de
uma mesma instância; só no Supremo são várias).
Lula, em situações como esta – lembram do “petrolão”? – foi
blindado com o beneplácito da Esquerda, da Direita e do Centro, resguardado por
uma inexplicável plêiade de jornalistas, e atravessou incólume por dois mandatos.
E ainda confrangeu o PT ao impor um poste disléxico em detrimento de muitos
outros possíveis candidatos com história partidária. O PT foi a maior vítima de
sua própria complacência: obrigou-se a engolir o que Lula vomitou na sua cara.
E fingir que gostou!
Temer, eleito pelo PT e pelos petistas, caiu em desgraça
diante da petelhada que o acusa de golpista. Na verdade, ele não precisou dar
golpe nenhum. Podia ficar passivo e impassível que a presidência cairia
fatalmente no seu colo. Os que queriam o impeachment da Dilma (eu quis!)
sabiam, ou deveriam saber, que o sucessor dela seria constitucionalmente Michel
Temer. Não havia como fugir disso. Quem se dispôs a ignorar essa consequência
jurídica agiu de má fé, por idiotice ou por ignorância. Ou por tudo isto ao
mesmo tempo, pois não é incomum esquerdista incorporar esses três predicados.
E aqueles que querem o apeamento de Temer – por exemplo, os
caminhoneiros salvadores da pátria de seus interesses manobrados pela Esquerda
–, se forem bem sucedidos terão que aguentar Rodrigo Maia, Presidente da
Câmara dos Deputados, como presidente substituto. Meu Deus!