quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

HÁ OS QUE VENDEM SUA ALMA



Os homens que vendem suas almas são aqueles que traem princípios e negociam decisões a dinheiro ou interesses e favorecem amigos em detrimento de quem tem razão. Mas, principalmente, favorecem a si mesmos. Fingem-se de honestos, isentos e honrados.

Thomas More [ou Morus, ou Moro (1478/1535)] não vendeu sua alma, conforme retratado no filme da imagem abaixo. Foi filósofo, estadista, diplomata, escritor, advogado e jurista e, de 1529 a 1532, Chanceler de Henrique VIII, rei da Inglaterra. É considerado um dos grandes humanistas do Renascimento e foi canonizado pela Igreja Católica em 1935.

Henrique VIII, desesperado por não ter filho varão a suceder-lhe, pediu a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão para poder casar com Ana Bolena. O Papa, por motivos sagrados e profanos, negou o pedido. O rei tentou valer-se de seu chanceler para convencer o papa, mas Morus, por convicção religiosa (era católico fervoroso), não fez a intermediação.

Henrique VIII rebelou-se contra o Papa e fundou a Igreja Anglicana da Inglaterra, nomeando-se líder com plenos poderes, inclusive em causa própria. O casamento anterior foi anulado e pôde casar-se com Ana Bolena.

Thomas Morus jamais declarou apoio ao rei em relação ao divórcio nem o reconheceu como líder da nova religião. Não abdicou da sua fé e se manteve fiel ao Catolicismo. Foi destituído, preso na Torre de Londres e acusado num escabroso processo de acusações falsas e falsos testemunhos e condenado à morte.

Essa atitude os nossos tempos considerarão exagerada. Hoje, com a Ética desregrada e a Estética no mesmo caminho, nada mais surpreende. Juízes deixam de ser juízes para agradar seus patrões. “Missão dada, missão cumprida” – Benedito Gonçalves é o suprassumo da lealdade canina irresponsável, muito bem acompanhado por Moraes, Toffoli, Gilmar Mendes, Carmem Lúcia e outros – não se esqueçam do Facchin.

Cristiano Zanin assume logo. Venderá sua alma ou honrará o cargo de magistrado com a contrição inerente? Não é incomum que aquele que assume as funções de juiz se conscientize da relevância e da seriedade do mister e passe a julgar com imparcialidade e isenção. Tenhamos esperança de que assim será. Mas não podemos esquecer que estamos no Brasil e que aqui os homens públicos vendem suas almas com garbo e elegância.

E por menos de 30 “dinheiros”.

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