Os homens
que vendem suas almas são aqueles que traem princípios e negociam decisões a
dinheiro ou interesses e favorecem amigos em detrimento de quem tem razão. Mas,
principalmente, favorecem a si mesmos. Fingem-se de honestos, isentos e
honrados.
Thomas
More [ou Morus, ou Moro (1478/1535)] não vendeu sua alma, conforme retratado no
filme da imagem abaixo. Foi filósofo, estadista, diplomata, escritor, advogado
e jurista e, de 1529 a 1532, Chanceler de Henrique VIII, rei da Inglaterra. É
considerado um dos grandes humanistas do Renascimento e foi canonizado pela
Igreja Católica em 1935.
Henrique
VIII, desesperado por não ter filho varão a suceder-lhe, pediu a anulação de
seu casamento com Catarina de Aragão para poder casar com Ana Bolena. O Papa,
por motivos sagrados e profanos, negou o pedido. O rei tentou valer-se de seu
chanceler para convencer o papa, mas Morus, por convicção religiosa (era
católico fervoroso), não fez a intermediação.
Henrique
VIII rebelou-se contra o Papa e fundou a Igreja Anglicana da Inglaterra,
nomeando-se líder com plenos poderes, inclusive em causa própria. O casamento
anterior foi anulado e pôde casar-se com Ana Bolena.
Thomas
Morus jamais declarou apoio ao rei em relação ao divórcio nem o reconheceu como
líder da nova religião. Não abdicou da sua fé e se manteve fiel ao Catolicismo.
Foi destituído, preso na Torre de Londres e acusado num escabroso processo de
acusações falsas e falsos testemunhos e condenado à morte.
Essa
atitude os nossos tempos considerarão exagerada. Hoje, com a Ética desregrada e
a Estética no mesmo caminho, nada mais surpreende. Juízes deixam de ser juízes
para agradar seus patrões. “Missão dada, missão cumprida” – Benedito Gonçalves
é o suprassumo da lealdade canina irresponsável, muito bem acompanhado por
Moraes, Toffoli, Gilmar Mendes, Carmem Lúcia e outros – não se esqueçam do
Facchin.
Cristiano
Zanin assume logo. Venderá sua alma ou honrará o cargo de magistrado com a
contrição inerente? Não é incomum que aquele que assume as funções de juiz se
conscientize da relevância e da seriedade do mister e passe a julgar com
imparcialidade e isenção. Tenhamos esperança de que assim será. Mas não podemos
esquecer que estamos no Brasil e que aqui os homens públicos vendem suas almas
com garbo e elegância.
E por menos de 30 “dinheiros”.
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