terça-feira, 3 de abril de 2018

É Amanhã...

Todos estarão a postos amanhã, compenetrados e um tanto ressabiados, mas aparentando uma segurança que os possibilite disfarçar qualquer influência ou pressão externa: juiz tem que ser independente e não pode julgar sob pressão, por mais pressionado que se sinta. 
Quando começar o julgamento iniciará também o desfile das vaidades supremas de supremos seres, sedizentes de notório saber jurídico pois sob essa égide foram nomeados após passarem por uma velhaca sabatina perante seres tão sedizentes probos e sábios quanto eles, de outro poder da República. 
Mais que a realidade nacional importará sua superior visão jurídica, por mais rasteira que seja, com argumentos recheados de citações de autores nacionais ou estrangeiros que lhes serve de supedâneo para o julgamento. As citações demonstram erudição e nunca inferioridade: quem cita necessariamente tem que ser mais sábio que o citado. 
O que é simples e óbvio passa a ser complicado e tormentoso nos meandros interpretativos dos sábios ministros, segundo declinam nos votos, mas se resolve com ensaiada naturalidade, a complacência escorreitamente dissimulada. 
Mas eventual mudança no entendimento não se dará para proteger Lula. Defenderão ardorosamente que seria a mesma decisão caso o paciente fosse um cidadão comum. Não importa que na maioria das nações do mundo prevalece entendimento contrário (no caso, que a prisão é cabível após condenação em segunda instância); segundo eles, esse argumento é fático, não jurídico. Talvez alguém alegue inclusive com a defesa da soberania nacional. 

Desta forma qualquer má fé ou crença ideológica ficará perfeita e absolutamente encoberta, disfarçada nos refolhos daquilo que se denomina livre convencimento do juiz. E que Deus nos proteja!
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