sábado, 23 de janeiro de 2021

VIVER ASSIM É VIVER?


 

Acredito que a Covid-19 é grave e mata e, o que é pior mas poucos falam, deixa sequelas graves e limitadoras. Mas também sei que muitas mortes são jogadas nas costas dessa doença para engrossar estatísticas. Depois de dez meses ninguém sabe muita coisa ainda. Nem sobre as vacinas. Pesquise no Google e veja as divergências.

A maioria das mortes é de idosos. Sem surpresas. Eles não precisam da Covid para morrer. Em tempo de paz morrem muito mais velhos do que jovens e isto é natural. A Madrasta-Natureza tem a Velha da Foice como aliada e esta vai ceifando de cima pra baixo, uma verdadeira e impune assassina em série.

Não adianta nos apegar a simpatias. Nós vamos, sim, não é segredo. Não deveria ser. Mas nossas opções são ditadas mais pela superstição do que pela consciência e pela Ciência e perdemos a objetividade. Preferimos viver mais dez anos acorrentados pela pandemia do que nos arriscarmos a mais cinco, mais ou menos livres e felizes.

É um risco. Podemos nem chegar a cinco. Mas o caminho de quem tem 70 anos é muito mais curto à frente do que o que ficou atrás. Devemos querer aproveitá-lo enquanto é tempo. Presos, morremos antecipadamente. Aos poucos. Como peixes velhos num aquário negligenciado.

Negar isto, sim, que é negacionismo. Negar a morte é negacionismo. Mas se negar a viver plenamente e com liberdade mais alguns anos, ainda que poucos pois já não restam muitos, é submissão e alheamento. Quando outros nos ditam regras de viver estão nos conduzindo ao sofrimento e à morte.

 

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