quarta-feira, 23 de junho de 2021

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER

Para ser ministro do Supremo se exige menos do que para ser juiz de primeira instância. Isto explica o despreparo da maioria deles. Despreparo primário, básico, em relação ao mínimo que se exige de um juiz. Insinuam acintes descalibrados e rasteiros à liturgia do cargo. São eles culpados? São! Mas os presidentes que os indicaram são mais. O nível do STF baixou muito após FHC. Mas eles se consideram sábios e ilustres. A maioria dos brasileiros concorda.

Uma das últimas manifestações deste despreparo foi do ministro Barroso, presidente do TSE. Ele contatou membros do Centrão e de partidos de Esquerda para formar um conluio e barrar a adoção do voto impresso. Moro foi julgado suspeito por muito menos que isto. Aliás, Moro foi julgado parcial sem motivo jurídico considerável.

Já imaginaram se o juiz de Ratolândia se reunisse com alguns vereadores pedindo a não criação de cargos públicos proposta pelo Prefeito, pois seria onerosa e desnecessária? O que Gilmar Mendes diria desse juiz? E o CNJ? O que você pensaria se morasse em Ratolândia?

A atitude do ministro é um lídimo exemplo de tentativa de interferência de um poder no outro. E é uma indignidade contra o próprio Judiciário. A Justiça Eleitoral, embora excrescente, integra o Judiciário e não pode combinar com o Legislativo ações e deliberações próprias deste nem influenciar esta ou aquela tomada de decisões. Para evitar esse tipo malicioso de conduta existe a tripartição dos poderes e o sistema de freios e contrapesos que rege a relação entre eles.

E se o Judiciário tiver que julgar alguma pendenga depois? Como ficará o TSE se deputados pedirem favores e benevolências eleitoreiras em troca? Terá moral para negar ou seguirá o mesmo caminho de conluio?

Certos supremos(as) deveriam ter olhos na bunda. Assim enxergariam as cagadas que fazem.


 

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