Em 2006, pelos meus
registros, escrevi pela primeira de muitas vezes sobre a minha descrença na
urna eletrônica. (Apenas para esclarecer, fui Juiz Eleitoral em Iraí, Espumoso,
Novo Hamburgo e em Porto Alegre. Era Juiz quando pela primeira vez foi utilizada,
no Brasil, a urna eletrônica, em 1996). Artigos que escrevi foram publicados em
jornais, dei entrevistas para a rádio do Senado e para a globo.com, troquei ideias com gente que lutava desde então
pela obrigatoriedade do voto impresso. A luta vem de longe, embora seja correto
dizer que muita gente então virou a casaca e agora defende o outro lado.
A urna eletrônica
usada nas eleições do Brasil é semelhante a um micro. É programada por seres
humanos e seu software é alterável de acordo com as peculiaridades de cada
eleição. Por ser programável pode sofrer a ação de maliciosos que queiram
alterar resultados em seus interesses e modificar o endereço do voto com mais
facilidade do que se inocula um vírus no seu micro via Internet. Além disto,
pode desvendar nosso voto, pois o número do título é gravado na urna na mesma
ocasião e fica a ela associado.
Há várias formas de
se fazer isto. Por exemplo: é possível introduzir um comando como o descrito na
rotina anexa para desviar voto para um determinado candidato mesmo que o
eleitor tenha teclado o número de outro.
Nas eleições com
urna eletrônica que presidi nunca foram comprovadas fraudes. E se houve, nunca ninguém
poderia descobrir. Nem o ministro Barroso.
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