COMO
SERÃO JULGADOS os manifestantes que Alexandre de Moraes transformou em “réus”?
Como será analisada a prova para identificar os reais participantes e autores
da materialidade e individualizar a pena (a pena é individual, pois cada pessoa
tem caracteres pessoais e personalíssimos)? Qual é o crime tipificado pela
conduta de acampar na frente dos quartéis e lutar pacificamente por uma vida
melhor? Como vão tipificar corretamente essa conduta?
Não
se sabe. Nem quando. Nem Alexandre de Moraes e seus companheiros –
lamentavelmente o STF/TSE mais se assemelha a uma suciata do que a um colegiado
de juristas – sabem o que e como fazer. Como foi feita a prova? Como vão aplicar
a lei? Como vão considerar os inocentes? Não vão? Terão coragem de julgar por
amostragem pessoal?
Alexandre
de Moraes determinou a soltura de 137 “golpistas” (o STF soltou um corrupto
condenado, Lula, com maior facilidade). Você já ouviu a expressão “juiz não
pode decidir nas coxas?” O STF pode...
Segundo
a CNN, “todos vão usar tornozeleira eletrônica, estão proibidos de usar redes
sociais, falar com outros envolvidos no processo e não podem sair do Brasil.
Moraes exigiu ainda que semanalmente se apresentem na comarca de suas cidades”.
O
despacho está coberto por sigilo processual. Por quê? A quem interessa esse
sigilo? Quais os fundamentos da soltura? Quais os fundamentos da imposição de
medidas restritivas da liberdade em decreto de prisão preventiva? De novo, não
se sabe. A mim parece que, se Moraes os soltou, é porque não viu grau de culpa
elevado na conduta deles. Mas, então, por que medidas restritivas? Uma
tornozeleira eletrônica na perna de uma pessoa honesta e sem culpa provada é um
acinte vergonhoso, uma ofensa grave. É uma humilhação degradante. Alexandre de
Moraes introduz no sistema pátrio um esquema de prisão preventiva domiciliar
com pitadas de sursis.
Um
magistrado não pode acusar alguém, a não ser na visão distorcida dos supremos,
principalmente Toffoli e Moraes. Mais do que qualquer jurista atuante, tem que
saber disto. Como se pode imaginar, por exemplo, um magistrado acusar
falsamente alguém de crime? E oficializar a acusação? Não pode! Dos presos a
granel por Alexandre de Moraes, quantos serão inocentes? Se apenas um o for, a
situação já é grave e mancha definitivamente o Judiciário e a própria Justiça.
O
Judiciário superior nacional se move num mar tempestuoso e sujo e não se sabe
como sairá disto. Mas ele sabe que pode contar com a camaradagem da imprensa e
com a memória curta dos brasileiros. Por isto age tão sossegadamente!
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