Os ministros do STF que votaram contra a
possibilidade de prisão em segunda instância
não vivem no Brasil. Aliás, nem na Terra. Eles vivem em Elysium, aquela estação
orbital do filme americano do mesmo nome para a qual se transferiram os ricos e
poderosos no final do século XXI, quando a Terra entrou em colapso social,
ambiental e moral. Naquela redoma paradisíaca eles são inalcançáveis e conscientes de sua segurança pois os
pobres terráqueos são violentamente impedidos de ir para lá.
Os ministros tomam as decisões que vêm
tomando pois não veem, por incapacidade ou má fé, que elas prejudicam a vida
social, econômica e política do país e porque, escudados por seus privilégios, estão
a salvo desses malefícios. Levam o caos a todos os recantos e proporcionam uma epilepsia
jurídica como nunca visto num país civilizado, mas são imunes às consequências.
De uma posição de privilégios e de méritos não comprovados dedicam-se
amoralmente a criar jurisprudência preventiva. Para quem? Só isto pode explicar
esse descaso com o crime e a segurança da população e essa tendência insana de salvo-conduzir
criminosos.
No filme, os terráqueos invadem Elysium, tomam
o poder e recompõem a igualdade dos cidadãos perante a lei. Isto era previsível
não só porque o filme é americano mas porque a História mostra que muita vez o
mal violento é subjugado pela violência emergindo daí um mundo melhor.
É previsível que ocorra também aqui, com
o STF. O povo cansa de ser maltratado, de ser agredido por quem mais deveria
protegê-lo dos males decorrentes do crime. Um dia o caldo entorna, os
humilhados se revoltam e a mudança fatalmente virá.
Quando a bomba cair nos seus colos
ministeriais, eles vão posar de vítimas e incompreendidos. E culpar outros,
evidentemente.
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