Lula, através do deputado José Guimarães, manifestou
desejo de se reunir com Rodrigo Maia, como noticiado dia 19 de novembro
pela imprensa especializada em puxar o saco de um e de outro. Na verdade, o
encontro ocorreu. Foi secreto e sem alarde. Mas para o Jus Sperniandi vazou a parte mais sincera
da conversa, que segue com absoluta exclusividade. Nossos hackers não são
fracos.
— E daí, amigo velho, como é que é lá?
— Veja bem, cumpanheiro
Maia. Eu queria te dizer que seria injusto se reclamasse muito, ou dissesse
que foi ruim. Reclamo pra não dar na vista, sabe, e pra não desiludir a cumpanheirada.
— Ah, é? Que bom. Isso é alvissareiro. Mas por quê?
— Veja. Eu tinha muitos privilégios, muitos
privilégios. Já chamei os ministros do STF de covardes, mas eles são o baluarte
da Democracia. Então, sabe, se não fossem eles eu não teria essas regalias aí. Tinha
TV, esteira, livros pra fingir que lia e reduzir a pena porque, veja, se eu
ficar cinco dias com um livro e disser que li, quem vai provar o contrário?
Ninguém! São obrigados a reduzir a pena. O STF aceita tudo! Mas não
li não. Seria demais pra mim. Como daí eu poderia bater no peito com orgulho e
dizer eu nunca li um livro? Até
porque eu quero continuar sendo o analfabeto preparado que sou de nascença, ao
contrário desse ministro da Educação aí. Deixa eu te falar uma coisa: a cumpanheira Gleise levava de vez em
quando uma pinguinha numa garrafa de mineral, sabe, então não posso reclamar da
minha boa vida lá, digo, da cadeia. Dava entrevista quando queria, sem aturar
repórter abelhudo, sabe, porque lá era como deve ser aqui fora. Vou mudar a Lei
de Imprensa pra isso: o entrevistado, sabe, é quem deve escolher o
entrevistador, e não o contrário, porque isto é Justiça. Tive a vida que pedi a
Deus, sabe!
— Mas... Você acredita em Deus, Lula?
— Só em época de eleições, sabe, só em época de
eleições. Mas deixa eu continuar: eu seguia os fatos do Brasil sem ter que dar explicações, não tinha povo
me cercando – só fora, gritando Lula
livre! – porque eu detesto, vou dizer o que eu já disse, detesto estar cercado
de gente suada, desses filhos da p(biiip) comendo pão com mortadela e
gritando bobagens.
Maia falou algo, ininteligível. Lula
prosseguiu:
— Você sabe que eu recebia até a namorada, né, deu até
pra casar e fazer a lua de mel bem protegido... Ah! Ah! Ah! A grande verdade, é
que eu não posso reclamar, cumpanheiro
Maia, não posso reclamar, sabe. E eu tinha uma coisa importantíssima que a
maioria dos brasileiros não tem: segurança. Já pensou o que é ter a Polícia
Federal como guarda-costas 24 horas por dia? Às custas do povo? Ou seja, nunca
me senti tão seguro na vida, ao contrário de vocês aqui fora. Além disso, cumpanheiro, comida boa, quentinha, de
graça e, quero te dizer, sem ter que trabalhar, cumpanheiro Maia, sem ter que trabalhar! O que de melhor eu ía
querer?
— Ah, ah, ah, ah, ah!
— Ah, ah, ah, ah, ah!
Então Rodrigo Maia falou o que não devia:
— Mas então, Lula, você deve agradecer ao Moro por essa
bela temporada.
Lula mudou repentinamente de humor, começou a
esbravejar, dar pontapés no vento e o que disse depois não pode ser publicado aqui sem
ofensa à Moral e aos bons costumes.
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