terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Greta Sabe Nada!


A Gretinha histriônica viajou sentada no chão de um trem na Alemanha, mas parece que não se incomodou. Mas a imprensa alemã e a brasileira, como se vê da notícia (aqui), preocuparam-se com a integridade física de sua ecológica bundinha, embora não se tenha notícias de alguma escoriação ou assadura ou qualquer outro tipo de lesão.
Talvez ela quisesse aprontar uma ceninha, mas quando se divulgou que tinha assento na primeira classe, desconversou e chegou a elogiar trens lotados – deve ser alguma transcendência ecológica, essa de viajar em trens lotados.
A Greta-sem-infância é uma privilegiada. Vive num dos países mais desenvolvidos do mundo. Dispõe de meios de transporte de primeira qualidade, viaja com tudo pago, frequenta a escola se quiser e sem fazer sacrifícios e está com o futuro garantido.
Em 1967 uma turma de rapazes e moças frequentávamos o curso ginasial em Rio do Oeste, a uns 35 km de Taió. Viajávamos de ônibus diariamente, ida e volta. A estrada era de chão batido, com pedras, buracos e curvas traiçoeiras que o Pio (motorista) caprichava em fazer com pressa só para nos ver cambalear. Quando o ônibus lotava cedíamos lugar aos adultos que iam subindo no trajeto – por educação e obrigação, pois a empresa barateava as passagens para nossos pais. Ficávamos a maior parte do tempo de pé, sacolejando, cambaleando e segurando-nos como podíamos nas barras superiores que para alguns eram muito altas. No inverno era muito frio e úmido e no verão muito quente e poeirento, pois os ônibus não eram climatizados, como os trens da Alemanha.
Só os que viveram naquela época podem avaliar o que é viajar de ônibus, de pé, numa estrada de chão batido sempre mal conservada, todos os dias cinco dias por semana. Levantámos pelas 5,00 horas, pois o ônibus passava às 6,00, e voltávamos depois do meio-dia, vesgos de fome.
           É bom dizer que não estou me queixando nem dizendo que meus sonhos foram roubados por causa disso. Aliás, de certa forma era um privilégio estudar em colégios tradicionais e conceituados. Escrevo apenas para efeitos de comparação.
A Greta não sabe nada da vida e seus sacrifícios. Tudo o que ela sabe é por ouvir dizer. Acho que ela não tem capacidade nem de entender as coisas simples do Mundo. E mesmo que tivesse viajado o tempo todo sentada, não teria sofrido muito. Talvez um pouco, mas nada que um tubo de Hipoglós, aquela pomada fedorenta e grudenta de antigamente, não pudesse resolver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê o seu pitaco: