sábado, 14 de dezembro de 2019

Até Quando?



Na surdina maliciosa, pouco a pouco há muitos anos, eles foram se abarrotando dos cofres públicos e hoje são capazes de alegar que contam com a nossa aprovação tácita. Mas essas gatunagens nunca foram publicamente debatidas e se não nos insurgimos foi por desconhecimento de causa. Vá lá, por acomodação também!
E chegamos a que ponto! O arrojo aético, a indecência política, o despudor público, tudo nos indigna e temos que engolir em seco como se tudo fosse certo, correto, ético e justo.
Nós, que percebemos esses afanos, somos anormais. Eles, senadores, deputados, juízes dos tribunais superiores, são honestos e probos e se creem assim, principalmente honestos! Aliás, a questão filosófica nem passa pelo “crer”, eles simplesmente “são”.
Nem fingem não acreditar que são aéticos; de uma forma anterior ao próprio surgimento da luz como criadora da consciência crítica eles são naturalmente cegos e certos. Sua esquematização mental não chega a dicotomizar o bem e o mal, o certo e o errado, o honesto e o torpe. Eles são tão empedernidos que não distinguem os mais elementares princípios da Ética. É normal, para eles, instituir despesas abusivas para o contribuinte pagar. Repito: para eles é normal instituir todo o tipo de despesa abusiva para o contribuinte pagar. Isto não lhes dói nem um pouquinho; ao contrário, é capaz de lhes proporcionar um prazer sádico saber que desfrutarão de benefícios às custas de outrem. Eles “têm” direito e pronto!
Vivem num ambiente de rapinagem em que a rapina é bem vista: uso de aviões da FAB para viagens, licitações vultosas para aquisição de alimentos finos, carros luxuosos à disposição própria e da família, assistência médica exemplar sem pagar por isto, verbas de gabinete astronômicas que transformam seus salários em ínfimos penduricalhos, assessores empencados que, se comparecerem todos num determinado dia para trabalhar, não encontrarão escrivaninhas suficientes, verbas que os transformam de legisladores em administradores, num embaralhamento desorientador e surreal de funções...
Tudo isto e muito mais, muito mais mesmo, na mesma linha de amoralidade, eles se dão de modo simples, direto e definitivo, como se fossem ganhos naturais, ainda que não haja similar em qualquer outro país do Mundo.
Eles não têm parâmetros. Para eles isto tudo é Moral. Não percebem os açoites que dão no lombo dos brasileiros sofridos que supostamente lhes deram o livre arbítrio de assim ver, criar e mimar-se.
O pior é que só eles dispõem de meios legais (pelas leis que fizeram) de extinguir tais mordomias. Mas nunca o farão, a não ser por pressão violenta nossa, que somos os financiadores disso que é um abuso no direito abusivo de se locupletar!

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