Na
surdina maliciosa, pouco a pouco há muitos anos, eles foram se abarrotando dos
cofres públicos e hoje são capazes de alegar que contam com a nossa aprovação
tácita. Mas essas gatunagens nunca foram publicamente debatidas e se não nos
insurgimos foi por desconhecimento de causa. Vá lá, por acomodação também!
E
chegamos a que ponto! O arrojo aético, a indecência política, o despudor público,
tudo nos indigna e temos que engolir em seco como se tudo fosse certo, correto,
ético e justo.
Nós,
que percebemos esses afanos, somos anormais. Eles, senadores, deputados, juízes
dos tribunais superiores, são honestos e probos e se creem assim, principalmente
honestos! Aliás, a questão filosófica nem passa pelo “crer”, eles simplesmente “são”.
Nem
fingem não acreditar que são aéticos; de uma forma anterior ao próprio
surgimento da luz como criadora da consciência crítica eles são naturalmente cegos
e certos. Sua esquematização mental não chega a dicotomizar o bem e o mal, o
certo e o errado, o honesto e o torpe. Eles são tão empedernidos que não distinguem
os mais elementares princípios da Ética. É normal, para eles, instituir
despesas abusivas para o contribuinte pagar. Repito: para eles é normal
instituir todo o tipo de despesa abusiva para o contribuinte pagar. Isto não
lhes dói nem um pouquinho; ao contrário, é capaz de lhes proporcionar um prazer
sádico saber que desfrutarão de benefícios às custas de outrem. Eles “têm”
direito e pronto!
Vivem
num ambiente de rapinagem em que a rapina é bem vista: uso de aviões da FAB
para viagens, licitações vultosas para aquisição de alimentos finos, carros
luxuosos à disposição própria e da família, assistência médica exemplar sem
pagar por isto, verbas de gabinete astronômicas que transformam seus salários
em ínfimos penduricalhos, assessores empencados que, se comparecerem todos num
determinado dia para trabalhar, não encontrarão escrivaninhas suficientes,
verbas que os transformam de legisladores em administradores, num
embaralhamento desorientador e surreal de funções...
Tudo
isto e muito mais, muito mais mesmo, na mesma linha de amoralidade, eles
se dão de modo simples, direto e definitivo, como se fossem ganhos naturais,
ainda que não haja similar em qualquer outro país do Mundo.
Eles
não têm parâmetros. Para eles isto tudo é Moral. Não percebem os açoites que
dão no lombo dos brasileiros sofridos que supostamente lhes deram o livre
arbítrio de assim ver, criar e mimar-se.
O
pior é que só eles dispõem de meios legais (pelas leis que fizeram) de extinguir
tais mordomias. Mas nunca o farão, a não ser por pressão violenta nossa, que
somos os financiadores disso que é um abuso no direito abusivo de se
locupletar!
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