Conservo
hábitos, ou vícios, da Magistratura. Sempre embasei minhas decisões nas provas
do processo. Nunca comecei a estudar um convencido da absolvição ou da
condenação. Da leitura e do exame cuidadoso é que surgia o meu convencimento.
Então decidia, com apoio na Lei e na minha consciência.
Não
sei sobre a justeza ou não do afastamento do governador de Santa Catarina. Não conheço
as provas conseguidas contra ele. Sei de duas coisas: uma, que ele estava
antecipadamente condenado pela opinião pública (ainda que seja a opinião
pública da imprensa) e a maioria dos que o condenava não tinha acesso às provas;
duas, que ele foi extremamente burro se, nesta época de caça aos corruptos,
praticou ilicitude. É absolutamente certo que em tempos de hoje essas coisas
são descobertas.
Estou
ciente das mazelas políticas brasileiras e catarinenses. Sei que as velhas e as
novas oligarquias do Estado estão dando pulos de alegria. Sei que ele foi
eleito por uma maioria expressiva do povo catarinense mas sei também que isto
não é levado em conta por quem julga. A exceção está virando regra e o dito
vira não dito com demasiada facilidade. O caminho está cheio de armadilhas.
Atualmente,
para os partidos, é mais fácil derrubar do que eleger um governador. Basta um
conluio.
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