Quem já não ouviu o adágio “Cada cabeça uma sentença”? Ou “da barriga de mulher, da boca de padre e da cabeça de juiz, nunca se sabe o que vai sair”. Este também é antigo, tão antigo que venceu: da barriga da mulher, em face dos prodígios ultrassônicos, já se pode saber o que vai sair. Em termos. Sai menino ou menina, mas depois há derivações que levam a outros sentidos. A comunidade LGBT está aí e não me deixa mentir. Celso de Mello também não. No tempo em que era supremo e medíocre disse que “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Se ele explicou, foi tão macarronicamente que nem quero saber.
Os supremos, enquanto supremos, são insuperáveis. Estão convencidos de que detêm poderes absolutos que em nenhuma outra sociedade humana são atualmente deferidos a quem quer que seja. Antigamente os czares, imperadores, reis, caciques, “capi di tutti capi” – os supremos da Máfia – eram absolutistas e mandavam e desmandavam.
Hoje, no Brasil, somente os ministros do STF podem ser considerados “capi di tutti capi” – ou “chefes de todos os chefes”. Como os chefões da Máfia, podem julgar e executar qualquer um que se lhes atravesse o caminho e machuque seus melindres e vaidades. Cada cabeça monocrática pode dar uma decisão sem ter que prestar contas a ninguém. O povo sofre? Eles vão cagando e andando. Alguns vão troteando.
As decisões monocráticas podem ser indecentes. Não se pode permitir que uma pessoa, uma única pessoa, decida soberanamente e altere o rumo de coisas normais. As decisões monocráticas deveriam se preocupar mais com a situação preexistente. Se forem para alterar a normalidade da linha evolutiva das coisas, devem ser colegiadas.
Rasteiramente: é muito mais eficiente uma carroça puxada por vários burros do que por um só.
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