O Ministério Público Federal gosta de espiolhar picuinhas para meter o
nariz na cara da gente e fixar regras de conduta: eu sei o que é melhor para
vocês! Sinto que chegou a minha vez. Sou, literalmente, a “bola da vez”.
O MPF lançou uma cartilha com instruções sobre como você deve se dirigir
a mim, que sou gordo, com "dicas simples para não ser gordofóbico ao
conversar com uma pessoa gorda”. Recomenda, entre outras coisas, “não indicar
dietas e produtos de emagrecimento para pessoas obesas”. Eu sou louco de
curioso pra saber das novidades em dietas, drogas e simpatias (só não me falem
em exercícios físicos) para emagrecer e o MPF quer me subtrair essa
possibilidade? Vão tomate cru.
É bom que você tome cuidado. Daqui a pouco vão criminalizar a conduta e
você pode ir pra cadeia se me chamar de obeso. Pra cadeia não, no Brasil
ninguém vai pra cadeia. O STF logo manda soltar. A não ser que você seja
bolsonarista e provoque as urticárias nervosas do Alexandre de Moraes, daí sim.
Aliás, não é bom se arriscar e chamá-lo de “careca”. Porque não é politicamente
correto chamar a pessoa daquilo que ela é. Entenderam? Pelo menos esperem até
que o MPF lance uma cartilha a respeito.
Mas poderei exigir indenização por dano moral, se me sentir ofendido.
Vou enriquecer. Aproveito e incluo no pedido ressarcimento pelo “bullying” que
sofri na escola primária, como vingança. Eu era gordo, ruivo e sardento, um
prato cheio para as gozações.
Chamavam-me de “bugio” e isto deveria ser crime, nem que seja por uma
capenga analogia. Se chamar um negro de macaco é crime chamar um ruivo de bugio
também tem que ser. Onde anda a nossa Justiça que não enxerga uma barbaridade
dessas?
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