Alexandre de Moraes empurrou com a
barriga(*) e prorrogou por mais 90 dias o
famigerado procedimento das milícias digitais. Veja aqui. Disse procedimento porque o contexto em que ele surgiu não permite
concluir se se trata de um inquérito – embora assim considerado para fins de
registro – ou de um processo. Ele tem elementos de ambos. É um monstrengo
híbrido, um dragão que defeca pela boca e solta fogo pelo rabo.
Atualmente a melhor conclusão a que
se pode chegar nesse imbróglio é de que o ministro começou uma coisa e não sabe como terminá-la. Criou
um monstro jurídico e perdeu-se na criação. Aguarda o passar dos anos – o tempo
apaga tristezas e escamoteia erros – e a comoção pública amoitar para decidir.
Não me surpreenderei se ele apenas arquivar o troço.
Mas qualquer que seja a decisão, ela
só será tomada após as eleições. Muito sugestivamente. Se Bolsonaro perder,
tudo ficará mais fácil: perderá o foro privilegiado e haverá uma brilhante declinação de competência. A
batata quente deixará de queimar as delicadas mãos ministeriais e irá para um
juiz de primeira instância destrinchar o monte.
Mas e se Bolsonaro vencer? Acho que ele não conta com isto. Ele, no caso, o Moraes.
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(*) O STF é muito dedicado em empurrar com a barriga. Há processos bem atrasadinhos lá. Pelo menos um aguarda julgamento há 33 anos...)
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