Alexandre de Moraes manda tirar
do ar postagens de bolsonaristas com fake news sobre Lula.
Sua
Excelência antecipou um juízo definitivo sobre o fato vazado por Marcos Valério
e publicado pela revista Veja, que associa o nome de Lula ao PCC... Amoraes
decidiu que aquilo foi mentira. Isto é fake news, definiu liminarmente.
Nem
todos os magistrados tem esse grau de clarividência. O maior tormento de um
juiz, diante do caso concreto, é o direcionamento da prova e sua percepção.
Isto não é coisa simples ou, pelo menos, não é coisa que se possa ver de
binóculos e julgar por controle remoto. A prova tem que ser palpável, evidente,
clara e, como se diz nos foros, extreme de dúvidas.
Ele
já enfrentou o mérito da questão, chamou Veja de falaciosa e qualificou os
bolsonaristas de mentirosos por antecipação. Sem ver as provas que o ex-tesoureiro
petista possa ter em mãos, sem ouvi-lo ou analisar evidências – ou a falta
delas –, decidiu que provas não há. Tolheu o direito de Marcos Valério falar a
verdade. Ou de mentir. Mas isto já faz parte do seu caráter eminentemente
censório. Ele sofre do complexo de tesoura.
Mas
está tudo inserto em suas atribuições. O STF se transformou em um tribunal de
primeira instância e isto ocorreu automaticamente, adaptando-se à capacidade
dos ministros. Mas como se vê, nem todos estão à altura da nova competência.
Entre
o Moraes e o Moraezinho – aquele meu vizinho de Porto Alegre que compôs a
música Panela Velha é que Faz Comida Boa, entre muitas outras – prefiro o
Moraezinho, que era um homem simples, alegre e que também dava suas sentenças,
como a da música acima. Fake? Talvez. Afinal, não há prova cabal e definitiva
de que panela velha é que faz comida boa, ou não.
Pelo
menos até que Alexandre de Moraes não o declarar e, de roldão, proibir os
bolsonaristas de bater panelas quando Lula fala.
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