Barroso divulga nota para responder mulher que o chamou de mentiroso
26 de junho de 2022, 16h27
""O ministro Luís Roberto
Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi interrompido e chamado de
mentiroso durante palestra neste sábado (25/6), no Brazil Forum UK,
em Oxford, na Inglaterra. Ele reagiu afirmando que um dos problemas do Brasil é
"um déficit imenso de civilidade". "É preciso trabalhar
com a verdade."
Barroso presidiu o TSE nas eleições
de 2020
Barroso foi interpelado por uma
mulher que estava na plateia e reagiu quando ele disse que precisou impedir
"o abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com
contagem pública manual", prática chamada por ele de "o caminho da
fraude". "Isso é mentira. Ninguém falou em contagem manual",
disse a mulher.
Barroso sugeriu que ela entrasse na
internet para verificar a defesa do voto impresso e manual, pauta utilizada
pelo presidente Jair Bolsonaro para mobilizar sua base. A mulher insistiu
em dizer que a fala do ministro era mentirosa e ganhou o apoio de ao menos uma
pessoa que também estava na plateia do evento.
"O pensamento conservador,
que é legítimo, foi capturado pela grosseria", afirmou Barroso.
Para o ministro, é preciso ser capaz
de discutir de forma educada, com respeito e consideração. "Viramos um
país de ofensas", disse, citando comentário de outra mulher no Twitter que
se apresentou como católica e conservadora e o xingou com um palavrão.
Por meio de nota de seu gabinete
neste domingo (26/6), Barroso afirmou que, "quando presidia o Tribunal
Superior Eleitoral, teve que gastar tempo e energia debatendo a volta do voto
impresso 'com contagem pública manual'. "Era nessa linha a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) levada à votação na comissão especial da Câmara dos
Deputados. Sua afirmação foi alvo de alguns questionamentos."
"A verdade, no entanto, brilha por si só. Basta, portanto,
relembrar os fatos:
O texto final apresentado pelo relator da PEC 135/2019, que previa o
voto impresso, afirmava expressamente: "Altera a Constituição Federal a
fim de assegurar o direito do eleitor de verificar a integridade de seu próprio
voto por meio da conferência visual de registro impresso, bem como objetivando
garantir que a apuração do resultado das eleições se dê por meio de contagem
pública e manual dos votos". O texto do deputado Felipe Barros, de 4
de agosto de 2021, pode ser lido aqui.
Revista Consultor Jurídico, 26 de junho de 2022, 16h27
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