segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

HOLODOMOR - A FOME VERMELHA

RESENHA:
“O horror de um período em que homens e mulheres se animalizaram para sobreviver a um mal sem precedentes. Em 1929, Stalin lançou uma política de coletivização da agricultura que expulsou milhões de camponeses de suas terras e os levou a fazendas coletivas. O resultado foi a mais letal fome na história da Europa, conhecida como Holodomor. Pelo menos 5 milhões de pessoas morreram entre 1931 e 1933 na União Soviética. A região da Ucrânia foi a mais afetada, com mais de 3 milhões de mortos, mas não em decorrência de condições climáticas adversas ou como resultado acidental de uma política catastrófica: o Estado soviético fez uso daquela barbárie para se livrar de um problema político e, em vez de enviar auxílio, trabalhou deliberadamente para exterminar a população Ucraniana, fechando as fronteiras da República e confiscando toda a comida disponível”.

TRECHO DO LIVRO
“A fome em um ser humano, uma vez iniciada, sempre segue o mesmo curso. Na primeira fase, o corpo consome suas reservas de glicose. Sensações de fome extrema se instalam, acompanhadas de constantes pensamentos sobre comida. Na segunda fase, que pode durar algumas semanas, o corpo começa a consumir suas próprias gorduras, e o organismo se enfraquece drasticamente. Na terceira, o corpo devora suas próprias proteínas, canibalizando tecidos e músculos. No fim, a pele fica finíssima, os olhos esbugalham, as pernas e o abdome incham, já que extremos desequilíbrios levam o corpo a reter líquido. Por menores que sejam os esforços, a exaustão prevalece. Ao longo do processo, diferentes tipos de enfermidades podem acelerar a morte: escorbuto, kwashiorkor (desnutrição intermediária), prostração (síndrome da falta de proteínas); pneumonia, tifo, difteria e ampla gama de infecções e doenças de pele causadas, direta ou indiretamente, pela falta de alimentos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê o seu pitaco: