RESENHA:
“O horror de um período em que homens e mulheres se
animalizaram para sobreviver a um mal sem precedentes. Em 1929, Stalin lançou
uma política de coletivização da agricultura que expulsou milhões de camponeses
de suas terras e os levou a fazendas coletivas. O resultado foi a mais letal
fome na história da Europa, conhecida como Holodomor. Pelo menos 5 milhões de
pessoas morreram entre 1931 e 1933 na União Soviética. A região da Ucrânia foi
a mais afetada, com mais de 3 milhões de mortos, mas não em decorrência de
condições climáticas adversas ou como resultado acidental de uma política
catastrófica: o Estado soviético fez uso daquela barbárie para se livrar de um
problema político e, em vez de enviar auxílio, trabalhou deliberadamente para
exterminar a população Ucraniana, fechando as fronteiras da República e
confiscando toda a comida disponível”.
TRECHO DO LIVRO
“A fome em um ser humano, uma vez iniciada, sempre
segue o mesmo curso. Na primeira fase, o corpo consome suas reservas de
glicose. Sensações de fome extrema se instalam, acompanhadas de constantes
pensamentos sobre comida. Na segunda fase, que pode durar algumas semanas, o
corpo começa a consumir suas próprias gorduras, e o organismo se enfraquece
drasticamente. Na terceira, o corpo devora suas próprias proteínas,
canibalizando tecidos e músculos. No fim, a pele fica finíssima, os olhos
esbugalham, as pernas e o abdome incham, já que extremos desequilíbrios levam o
corpo a reter líquido. Por menores que sejam os esforços, a exaustão prevalece.
Ao longo do processo, diferentes tipos de enfermidades podem acelerar a morte:
escorbuto, kwashiorkor (desnutrição intermediária), prostração (síndrome da
falta de proteínas); pneumonia, tifo, difteria e ampla gama de infecções e
doenças de pele causadas, direta ou indiretamente, pela falta de alimentos”.
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