Sou desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul e participei de muitos julgamentos colegiados em tempos não
muito longínquos. Por isto fico muito surpreso com o desenrolar das sessões no
STF e o comportamento de alguns ministros.
Não apenas pela falta de urbanidade nos diálogos entre
eles, ou pelas esdrúxulas interrupções no voto que está sendo proferido,
tentando-se convencer o votante que ele está errado, com às vezes dois ou três ministros se atropelando (como ao final do voto
da ministra Rosa Weber no HC de Lula, quando Marco Aurélio, Lewandowski e a
própria ministra falavam ao mesmo tempo, sendo impossível entender-se qualquer
coisa).
Era
normal que, finda a sessão de julgamento, os desembargadores cortesmente se
despedissem uns dos outros, ou conversassem por algum tempo, mas quando saíam
da sala o faziam com serenidade – tanto os que proferiram votos vencedores como
os vencidos – com a madura e grata sensação do dever cumprido.
Nunca vi nenhum dos vencidos chateado por ter sido
vencido. Essa situação é absolutamente normal nos julgamentos colegiados. Nunca
vi alguém levar o resultado contrário ao seu entendimento para o lado pessoal
porque não é assim que funciona.
Exceto, ao que parece, no STF.
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