segunda-feira, 18 de maio de 2020

A FALTA DE EDUCAÇÃO NO STF



Sou desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e participei de muitos julgamentos colegiados em tempos não muito longínquos. Por isto fico muito surpreso com o desenrolar das sessões no STF e o comportamento de alguns ministros.
Não apenas pela falta de urbanidade nos diálogos entre eles, ou pelas esdrúxulas interrupções no voto que está sendo proferido, tentando-se convencer o votante que ele está errado, com às vezes dois ou três ministros se atropelando (como ao final do voto da ministra Rosa Weber no HC de Lula, quando Marco Aurélio, Lewandowski e a própria ministra falavam ao mesmo tempo, sendo impossível entender-se qualquer coisa).
Era normal que, finda a sessão de julgamento, os desembargadores cortesmente se despedissem uns dos outros, ou conversassem por algum tempo, mas quando saíam da sala o faziam com serenidade – tanto os que proferiram votos vencedores como os vencidos – com a madura e grata sensação do dever cumprido.
Nunca vi nenhum dos vencidos chateado por ter sido vencido. Essa situação é absolutamente normal nos julgamentos colegiados. Nunca vi alguém levar o resultado contrário ao seu entendimento para o lado pessoal porque não é assim que funciona.
Exceto, ao que parece, no STF.

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