Você já parou para pensar como é o sistema eleitoral no Brasil? Você já
imaginou se qualquer decisão importante em sua empresa ou ambiente de trabalho
necessitasse da fiscalização judicial? Se fosse preciso solicitar a presença de
um representante da Justiça para gerir a eleição do síndico do seu condomínio?
Se houvesse um bombeiro ao seu lado cada vez que você vai acender o fogão a
gás?
Assim é Justiça Eleitoral. Ela existe em poucos países desenvolvidos do
mundo e é um apêndice desnecessário. E caríssimo! Deputados e Senadores, melindrosos
a eventuais invasões de competência entre os poderes, não percebem, ou não
querem perceber, que a Justiça Eleitoral é um braço do Poder Judiciário que
interfere, por delegação deles, nos outros dois poderes.
Como no Brasil os políticos não confiam nem em si mesmos, criaram essa
Justiça específica como uma espécie de Leão de Chácara para o baile de gala das
eleições. É uma justiça caríssima e elitista que só é chamada para atuar mais
acentuadamente de dois em dois anos.
Eles aceitam isto como se precisassem efetivamente da tutela da Justiça
Eleitoral para serem declarados eleitos e tomar posse. Acolhem esse paternalismo
porque não confiam em suas próprias ações. Sentem-se seguros com a existência
de um ente superior a quem podem, depois, descarregar impropérios na eventual
insurgência de fraudes, transferir responsabilidades por elas e se sentir protegidos
nos descaminhos das campanhas. E, acima de tudo, culpá-la nas derrotas.
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