sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

ESTÃO ESTRANHAMENTE QUIETOS...


A Fiocruz, como não é Papai-Noel, negou o presente antecipado dos supremos e os espertalhões ó, sifu.

Mas não é definitivo. Algum deles pode “requisitar” as vacinas e a Fiocruz será obrigada a reservar.

Há amparo legal para isto? E precisa?


 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

É ASSIM MESMO


 

O MINISTRO BIRROSO


 

INVERSÃO DE VALORES


No Brasil, muitas vezes, os presos condenados têm mais regalias e mordomias do que os presos provisórios.

É uma inversão de valores inexplicável.

Veja-se o caso Crivella (se ele for culpado, defendo sua condenação e prisão). Mas, por uma questão óbvia, se Lula, condenado em duas instâncias, está passeando em Portugal, Crivella também deveria estar solto. O STF confunde definitivo com provisório.

SEM DÚVIDA


 

É FÁCIL


 

SOMOS LIVRES NUMA GAIOLA CONTROLADA PELO STF


 

ESTAMOS BEM GUARDADOS, ISTO É, POR GUARDAS


 

AÇÃO ENTRE AMIGOS


 

domingo, 13 de dezembro de 2020

COINCIDÊNCIA?

Harari, Yuval Noah, ph.D. em História pela Universidade de Oxford e Professor na Universidade Hebraica de Jerusalém, lançou em 2015 o livro “Homo Deus – Uma Breve História do Amanhã”. Transcrevo trecho que entendo muito importante em razão da realidade que estamos vivendo.

Em 2015 ele via a Humanidade livre de vírus e bactérias “naturais”. Mas ressalvava que a mesma biotecnologia que permitia a cura das epidemias decorrentes possibilitava a Exércitos e terroristas a criação “artificial” de vírus e patógenos letais, “a serviço de alguma ideologia brutal”.

Qualquer comparação com a crise atual do coronavírus será mera coincidência?


 

REDE GROBO!


 

NOSSA ESPERANÇA DE JUSTIÇA CADA VEZ MAIS INALCANÇÁVEL


 

O STF PODE TUDO!


 

O STF É UM PROVOCADOR


 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

OS DESVIOS DO ENSINO

Causou celeuma a notícia da professora de Rio do Sul que numa aula on line afirmou a alunos que Bolsonaro cometeu uma violência política ao armar a morte de Marielle Franco.  

Tive uma experiência muito chata com meu filho quando ele frequentava o ensino fundamental num dos considerados melhores colégios da Zona Sul de Porto Alegre. Particular, claro, e bem caro.

Um dia o professor de História ensinou que as FARC, da Venezuela, eram o mais autêntico – se não o único – representante do socialismo “do mundo”, pois resistia à contaminação por outras ideologias.

Quis reclamar, mas meu filho preferiu que não. Quem defende as FARC pode muito bem perseguir um bom aluno, o que ele sempre foi. Além de tudo, já demonstrava discernimento para separar o joio do trigo.

Por coincidência, logo depois o Correio do Povo publicou matéria sobre um colar de explosivos que guerrilheiros ataram no pescoço de uma fazendeira, detonável por controle remoto, exigindo-lhe dinheiro para não explodi-la.

A tentativa de retirar o colar foi desastrosa: ela acabou decapitada pela explosão que matou também um soldado do Exército e feriu outros três. Não, não é delírio. A notícia pode ser confirmada aqui.

Recortei a matéria e pedi que meu filho a levasse para o professor. Este passou os olhos sobre o recorte e respondeu: “Se foi das FARC foi bem feito!” Assim. Grotesca e pateticamente.

Esse processo de ideologização nas nossas escolas – que deveriam ser imparciais para propiciar ao adulto do futuro uma análise isenta e particular de suas próprias crenças – vem de longe. Passa pela lavagem cerebral dos professores que transmitem seu fanatismo adiante.

É um meio covarde e odioso de corrupção mental. Atinge um ser em formação, incutindo-lhes ideias de um socialismo marxista ultrapassado e vencido que só encontra apoio no PT e suas tentaculares derivações. É um desvio do ensino. Acima de tudo, é uma agressão desrespeitosa à inteligência de adolescentes que merecem o direito de, por si próprios, com parâmetros claros e diversificados, escolher os caminhos ideológicos que pretendem trilhar em sua vida futura. 

 

domingo, 15 de novembro de 2020

E QUEREM QUE A GENTE CONFIE NA URNA-E


 

A Justiça Eleitoral é incrível. Propiciou-nos o e-título visando facilitar a votação, conforme app que, com muita pompa, disponibilizou aos eleitores (verba para isto, tem; para introduzir o voto impresso, não!).

Nas últimas eleições usei o aplicativo. Mas hoje de manhã, antes de sair, tentei acessar meu e-título. Primeiro, uma surpresa: tive que preencher um formulário completo: nome, data de nascimento, número do título ou do CPF, nome da mãe e do pai. Como numa inscrição nova.

Foram seis tentativas com o wifi aqui de casa e, no caminho, mais três com os dados móveis. Nenhuma deu certo e votei no modo antigo mesmo. Problemas na validação da autenticação por falha de conexão. Se confrontados, dirão que a culpa foi minha.

Mas como acreditar na segurança de um site que não consegue guardar dados de um eleitor de ano para ano? Por que não, por exemplo, permitir o acesso com o CPF e uma senha, como é comum em tempos do progresso tecnológico que vivemos? Bem, mas, afinal, para que simplificar se é mais fácil complicar?

A tecnologia de ponta, em certas mãos, é apenas um complicador. E ainda querem que a gente acredite na urna eletrônica.

OBRIGADOS, DEMOCRATICAMENTE, A VOTAR


 

Daqui a pouco votarei por ordem legal como todo bom brasileiro. O problema é que os maus também votam e os votos têm o mesmo peso. A Justiça Eleitoral é cega e as urnas eletrônicas, além de suspeitas, são insensíveis.

O sistema só vai melhorar quando, em vez de urnas-e, se utilizarem detectores de mentira. Para os candidatos, claro; não para o eleitor. Bravatas e promessas dúbias devem ser previamente rechaçadas.

Neste país de muitas leis as eleições têm cartas marcadas. É uma democracia imposta. Não escolhemos candidatos; votamos naqueles que “eles” decidiram que são candidatos. São sempre os mesmos interessados e interesseiros a concorrer, principalmente aos cargos do Executivo.

Tenho pena de mim mesmo em ter que votar em qualquer deles ou em algum dos demais, menos cotados.

Há algumas eleições atrás o TSE disse que toda cidade tinha a cara de quem a governa. Então deveríamos transformar as eleições em concursos de beleza. Ganharia a mais bonita. Ou o mais bonito. E tudo se resolveria como num conto de fadas.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

PARA ONDE VAMOS?

 

A sensação que tenho é catastrófica. Não é possível que alguma coisa não aconteça. Essa evolução cibernética um dia vai sugar a humanidade para um redemoinho de confusão tanta que não haverá saída, pois o vértice desse redemoinho é invisível, imponderável e inestimável. A humanidade será nocauteada por seu próprio engenho e se verá podada da compreensibilidade — notem, não estou falando de compreensão, que é bem menos grave — dos fatos.

Porque as coisas estão caminhando no sentido de uma automatização tal que não conseguirá se distinguir o certo do errado — nem falo de Bem e de Mal — e acabará decretando sua própria morte cerebral. Seremos reduzidos apenas a instintos e reflexos, como os animais, e não saberemos o que fazer diante de um simples zíper estragado porque ele era automatizado.

Não falo de extinção física, mas de descerebramento mesmo. Não é possível que tudo continue neste ritmo, que o atual de agora seja o ultrapassado de daqui a pouco, que este micro que atende às minhas necessidades seja, logo, um ferro velho ultrapassado e cujo hardware não satisfará mais as necessidades de softwares que surgem todos os dias com mais exigências, com mais abrangência, com mais imposição e necessidade de aceitação. Ou seria o contrário?

Ou será por aí que se vai ao mais absoluto e perfeito modo de dominação das mentes até agora nunca conseguido por nenhum Governo, por nenhum sistema, por nenhum visionário, por nenhuma doutrina ou escola ideológica? Não sei, porque isto escapa ao meu nível de compreensão.

Temo que talvez o caminho seja por aí: a humanidade será dominada por aquilo que criou e que a superará, não pelos caminhos da inteligência artificial, de que tanto se fala e pouco se entende, mas pelos caminhos da desinteligência pura das coisas simples e básicas.

Algo inexplicável, uma loucura cibernética, um redemoinho de chips e pentes de memória, não na sua compleição física, mas na sua capacidade armazenadora, aquilo que chips e pentes de memória trazem na sua alma é que provocará o descalabro.

Você entendeu o que eu quis dizer? Talvez não. Talvez tenha entendido um pouco. Talvez me julgue esquizofrênico ou idiota. Talvez imagine que são meras palavras, mas asseguro que não. É um sentimento que me assoma às vezes, ou para reforçar a palavra com um estrangeirismo — os estrangeirismos sempre têm mais força —, é um feeling de que algo está errado mesmo tudo parecendo sincronizado dentro da mais perfeita ordem. Esse feeling me assalta de vez em quando...

Confesso que também não entendo direito o que disse e quis dizer. É algo que não consigo expressar com precisão, embora um professor de Filosofia me afirmasse, certa vez, que o homem é capaz de traduzir tudo o que sente através de seu vocabulário.

Eu, neste momento, não consigo. Não consigo exprimir o que sinto diante dessa concreta inexorabilidade.

Talvez seja exatamente isto que estou querendo dizer (não o que estou dizendo, por favor, percebam a diferença).


Publicação original: 14/11/2007, no blog antigo.

sábado, 7 de novembro de 2020

ESTAMOS NO ANO DO RATO DE METAL


 

Este é o ano 4718 do calendário chinês. Iniciou-se em 25 de janeiro 2020 e finda em 11 de fevereiro de 2021.

No horóscopo chinês é o “Ano do Rato”, cujo elemento regente é o “metal”.

Diz-se que o “Ano do Rato de Metal”, que ocorre de 60 em 60 anos, é caracterizado por acontecimentos graves, com mortes e destruição.

O site StyloUrbano lista os seguintes precedentes dos últimos quatro anos do Rato de Metal: a Primeira Guerra do Ópio (1839 a 1842), a Rebelião dos Boxers (1899 a 1901), a Grande Fome de Mao (1960) e, agora, a peste do coronavírus.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

E TUDO FICA POR ISTO MESMO?


 

UM VÍRUS DA CHINA ARRUINOU NOSSAS VIDAS, obrigou-nos ao confinamento, ao uso desagradável e asfixiante de máscaras, proibiu-nos viagens para dentro e fora do país, impediu-nos visitas a amigos e parentes e condenou a humanidade a viver em prisão condicional sabe-se lá até quando, e tudo fica por isto mesmo?

A China aproveitou-se da própria torpeza e adquiriu bens a preços baixos em países vulnerabilizados, vende máscaras mundo afora e produz vacinas e as impõe a desavisados como Dória e outros da laia – enriquecendo ainda mais seu capitalismo de Estado –, e tudo fica por isto mesmo?

Excluiu nossa possibilidade de abraçar. O abraço tem mais aconchego e sensações de plenitude do que um beijo. Saudade de abraçar meus filhos, meus netos, meus amigos... A China nos retirou isto e este é o maior crime que cometeu.

Seus dirigentes se fazem de ingênuos, apresentam razões infantilóides, posam de vítima, desviam do assunto e sentem-se melindrados quando a culpamos, como se a culpa fosse nossa.

Na origem de todo ato nocivo há culpado(s). Sem exceção. É impossível dizer-se que essa pandemia foi produzida pela Natureza, como um raio, um furacão ou um tsunami, e afastar a responsabilidade chinesa. O Estado China é culpado, no mínimo por negligência, pelo surgimento e disseminação do vírus. E tem o dever de reparar.

sábado, 24 de outubro de 2020

BASTA UM CONCHAVO!


 

Conservo hábitos, ou vícios, da Magistratura. Sempre embasei minhas decisões nas provas do processo. Nunca comecei a estudar um convencido da absolvição ou da condenação. Da leitura e do exame cuidadoso é que surgia o meu convencimento. Então decidia, com apoio na Lei e na minha consciência.

Não sei sobre a justeza ou não do afastamento do governador de Santa Catarina. Não conheço as provas conseguidas contra ele. Sei de duas coisas: uma, que ele estava antecipadamente condenado pela opinião pública (ainda que seja a opinião pública da imprensa) e a maioria dos que o condenava não tinha acesso às provas; duas, que ele foi extremamente burro se, nesta época de caça aos corruptos, praticou ilicitude. É absolutamente certo que em tempos de hoje essas coisas são descobertas.

Estou ciente das mazelas políticas brasileiras e catarinenses. Sei que as velhas e as novas oligarquias do Estado estão dando pulos de alegria. Sei que ele foi eleito por uma maioria expressiva do povo catarinense mas sei também que isto não é levado em conta por quem julga. A exceção está virando regra e o dito vira não dito com demasiada facilidade. O caminho está cheio de armadilhas.

Atualmente, para os partidos, é mais fácil derrubar do que eleger um governador. Basta um conluio.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

ASSIM FEZ CHAVEZ NA VENEZUELA.


Assim quis e quer fazer o PT no Brasil.

E João Dória, o almofodinha, tem vocação inata para fazer o mesmo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

PADRES NÃO PODEM CASAR




 

LULA PINÓQUIO


 

FALTA MUITO PARA UM BRASIL MENOR

 

O caminho para um Brasil melhor é cheio de curvas, bifurcações, buracos, lombadas e uma variedade imensa de armadilhas postas adiante e que temos que enfrentar com indignação e desconforto.

Há pouco mais de ano comprei uma cafeteira Oster Prima Latte, como a da figura. Esses dias ela estragou. O defeito foi a quebra do botão regulador da pressão do leite (em vermelho). Quebrou porque uma válvula interna trancou e eu fiz força para girá-lo mesmo assim.

Tudo bem. A culpa foi minha. Mas daí a surpresa: o assistente técnico informou que a fábrica não fornece apenas do botão. Sou obrigado a adquirir o cabeçote e o reservatório de leite destacado em azul, completo. E a jarra acrílica, destacada em verde, além disso, é inteiramente separável do cabeçote. Por causa de um botão, que pode ser considerado acessório, tenho que comprar o principal.

É com essa deslealdade e desonestidade que age a nossa indústria, ou pelo menos grande parte dela. Situações semelhantes ocorrem na indústria automobilística, principalmente no setor de lanternagem.

Isto demonstra que as soluções dos nossos problemas não se restringem a ações governamentais: precisamos nós, como pessoas, denunciar e exigir que empresários, em geral, ajam com mais honestidade e transparência.

COISA DE PAÍS POBRE.


O teto dos vencimentos para funcionário público, atualmente, no Brasil, é igual ao que ganha um ministro do STF, ou seja, R$ 39.293,00, fixado pelo inciso XI do artigo 37 da Constituição.

Assim como as regras existem para ser quebradas, limites existem para ser transpostos. Os penduricalhos admitem essa manobra de forma legal, embora moralmente discutível. Ajudas de custo, auxílio moradia, verba de gabinete – vamos criando mais rubricas para gastar e somar.

Parece que somos um país rico. Não, desculpem, em país rico não se faz isso. Os vencimentos de um parlamentar na Suécia são menores do que os vencimentos de um parlamentar brasileiro. O que aqui se faz é coisa de país pobre, mesmo, pois pobreza e analfabetismo são gêmeos siameses e isto facilita as decisões dos aproveitadores que acham que o dinheiro cai do céu e não se importam com os que estão por baixo.

Assim se faz para agradar categorias que não têm majoração anual nos vencimentos e que, com os penduricalhos, recebem além do teto. O Estado se livra de dar aumento a funcionários menos favorecidos e aos aposentados, a quem os penduricalhos não são estendidos.

Nos anos 1980 ocorria o mesmo. Os penduricalhos de então foram incorporados aos vencimentos sob a fé de a Administração não se valer deles para o futuro. Vã esperança! Foram revividos e acrescidos outros e o teto constitucional é um mero limite feito para ser ultrapassado.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

NÃO É ISSO?


 

AS ELEIÇÕES BRASILEIRAS SÃO AS MAIS LIMPAS DO MUNDO

 


Até prova em contrário.

Nas eleições com cédulas, era possível descobrir e penalizar o eleitor fraudulento. Com as urnas eletrônicas as eleições são limpas. Artificialmente limpas! Como as fichas sujas de candidatos que a Justiça Eleitoral considera fichas limpas.

A Justiça Eleitoral conseguiu construir uma comunidade perfeita dentro da nação brasileira: a dos eleitores. Eles nunca cometem crime quando votam, mesmo que vendam seus votos, porque é impossível provar. Nenhuma instituição, até hoje, conseguiu tamanha proeza. Seria o mesmo que se proibir toda e qualquer investigação criminal.

Então não haveria mais apuração de crimes nem crimes nem provas de crimes. Mas por baixo dos panos o mal permaneceria. Roubos, homicídios, estupros, corrupção, falsidades, tudo isto continuaria a ocorrer. Mas sem, apuração ninguém precisaria prestar contas a ninguém.

Assim nas urnas eletrônicas. Sem voto impresso, as irregularidades que podem existir no caminho CONFIRME – RESULTADO jamais serão conhecidas. E a Justiça Eleitoral se vangloria de presidir eleições limpas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A DECISÃO É DELES, MAS O MEDO É NOSSO


Segundo o dicionário Houaiss, JUSTIÇA é um substantivo feminino que expressa a qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo”.

Ao adquirirmos conhecimento e capacidade de interpretar textos e de fazer exames de consciência, adquirimos naturalmente o sentimento do certo e do errado, do bem e do mal e do justo e do injusto que integram a Moral, que, segundo o mesmo dicionário, é o “conjunto de valores, individuais ou coletivos, considerados universalmente como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens”. A Moral é uma das fontes do Direito, base da aplicação da Justiça.

Aos ministros do Supremo repugna a simplicidade desses conceitos. Eles fingem ser sábios e, pretendendo demonstrá-lo, afundam-se nos abismos das interpretações e nos dão soluções que nada têm de direito nem de justo. Eles são vaidosos e confusos, mas se acreditam filósofos do Direito, claros e donos da verdade.

A interpretação errada de textos gera complicações. Mas essas complicações não os atingem. A sociedade brasileira sim é obrigada a digeri-las e assimilá-las e a conviver com o injusto, com o perigo e com o medo. Eles, por eles, nos obrigariam a beijar-lhes as mãos. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

VIDA BANDIDA, MAS NORMAL!


 

A equação existencial mais simples da vida é envelhecer e permanecer sempre jovem. Uma coisa exclui a outra e isto é questão de Biofisiologia mesmo.

Nem nos cabe escolher. Na verdade, vamos enrolando e tentando enganar o Tempo, esse incorruptível que “não para no porto, não apita na curva e não espera ninguém”, como diz a música popular de quando eu nem queria saber dessas coisas.

O Tempo vai jogando cracas no nosso organismo, retirando cores e nos transformando. As feições daquela foto do bebê fofinho tomam a forma macilenta, enrugada e manchada de um maracujá de gaveta.

Há coisas que até o espelho, envergonhado, esconde, e que só numa fotografia, ou numa filmagem, vamos constatar: uma tonsura exageradamente grande no cocuruto. Então sabemos que temos cabeça de motel: uma entrada, uma saída e uma cama redonda no meio.

Mas seus médicos — após certa idade terá que ter mais de um, pois você é dissecado em vida e separado em partes como um boi é repartido em cortes — vão afirmar, com cândida segurança, que você pode levar uma vida normal. A única coisa que muda é o conceito de “vida normal”.

Quem sofre de hipertensão pode levar uma vida normal desde que tome anti-hipertensivos pelo resto dela. Quem tem fibrilação atrial, pode levar uma vida normal, desde que tome um betabloqueador, um antiarrítmico e um anticoagulante. Se você tem gastrite crônica também pode levar uma vida normal desde que tome um da família dos prazóis. Se você tem dores na coluna pode levar uma vida normal, desde que faça fisioterapia continuamente e aprenda a viver feliz com ela, mas sempre lembrando que Darwin fracassou na teoria da evolução: ele esqueceu de dizer que, levantando-nos nos pés de trás, comprometemos nossa coluna em prol de uma postura mais digna e vertical.

Suas partes cartilaginosas crescem e você fica mais narigudo e orelhudo, sem que isto importe em que você se torne mais burro. Ou mais inteligente. Pelo contrário, muitas vezes, mas nem sempre.

Outras coisas também crescem, como a próstata nos homens, e se você chegar aos saltitantes 100 anos de idade tem chance de quase 100% de sofrer de câncer na glândula... Como estará com 100 anos seu médico naturalmente dirá que poderá levar uma vida normal. Ainda que tenha todas os outras doenças referidas acima. Afinal, se com todas elas você chegou aos 100 anos, qualquer tipo de vida daí por diante pode ser considerada normal.