Imagine-se
num trem transcontinental com mais uns mil passageiros, que sai de Genebra,
na Suíça, para atravessar Basel, Paris, Bruxelas, Amsterdã, Copenhague e chegar
a Estocolmo, na Suécia.
Após a partida
descobre-se que no seu interior há um terrorista sueco contaminado com uma
bactéria mortal e altamente contagiosa, que ataca principalmente os pulmões (semelhança?
Mera coincidência). Os passageiros estão em risco. O terrorista atuara num
atentado frustrado contra uma posse militar americana e por isto o coronel da
Inteligência Militar dos EUA, Stephen Mackenzie, assume a crise. É auxiliado
pela especialista sueca em patologias Elena Stradner.
A retórica
americana: “Evitar o pânico. Não existe antissoro. A bactéria se espalha por
minúsculas gotas. Os primeiros sintomas são iguais aos de um resfriado comum. É
preciso controlar os passageiros. Todos estão indo para uma estação de
tratamento na Polônia”. A
estratégia é enganar o grupo de risco. Direitos básicos, principalmente a
liberdade, foram suprimidos.
O trem é desviado
para uma ferrovia em desuso na Polônia parando antes em Nuremberg, onde é
lacrado e os passageiros confinados, para “proteger a humanidade”. Os
“lacradores” recebem ordens de matar prontamente quem tentar fugir. O desvio
leva a uma ponte velha – e não a uma estação de tratamento na Polônia – que
desabará com a passagem, matando os passageiros. A humanidade estará salva.
No trem viaja um
“brilhante neurocirurgião”, Jonathan Chamberlain, que recebe as informações do
coronel americano e coordena as ações internas. Ele é inicialmente ludibriado,
mas percebe a maracutaia e a exata intenção americana. Então tentará salvar os
passageiros e se transforma em alguém que, hoje, seria chamado de
“negacionista”.
O filme “A
Travessia de Cassandra”, dirigido por George P. Cosmatos, é de 1976, estrelado
por atrizes e atores de renome na época, e demonstra que, de certa forma, a
humanidade é a mesma. Não evoluiu espiritualmente, apenas tecnologicamente. A
arte copia a vida e a vida copia a arte.
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