Eu
não sabia, ou não pensava, que Putin, além de louco, é troncho das ideias. Ele
não soube analisar o contexto da empreitada em que se meteu. Não calculou que
cada um luta com as armas que tem do melhor jeito possível. Também não calculou
o nível e o alcance das sanções que o Ocidente oporia à Rússia.
Decerto
imaginou que tais sanções seriam pífias e frágeis, sem consequências maiores,
como as que lhe foram impostas quando invadiu a Síria. Nesta, utilizou armas
químicas, e embora Obama tivesse assegurado que iria retaliar, deixou por isto
mesmo. Esse Obama!
Mas
as sanções aplicadas nesta guerra – para os putinescos, operação militar
especial – foram bem mais incisivas que aquelas, as de curto, médio e longo
prazo. As de curto prazo – como as de cunho creditício e financeiro – são
facilmente revogáveis, assim como o congelamento dos bens dos magnatas (eu
preferia que fossem usados na recuperação da Ucrânia). Mas mesmo que revogadas
hoje, levaria algum tempo para tudo voltar ao normal.
Mas
das multinacionais que abandonaram a Rússia, quantas pensarão em voltar, finda
a guerra? Quando é certo que encontrarão um país com a crise econômica agravada
pela invasão? A Rússia nunca foi uma potência econômica, apenas militar, e acho
Putin não pensou nisto antes de sua louca e sanguinária aventura.
Há
consequências que se projetarão indefinidamente. EUA e União Europeia costuram
acordo para reduzir a dependência energética da Rússia. E farão isto comercialmente
também. Ninguém, em sã consciência, faz negócios com velhacos. Isto projetará
consequências negativas incisivas e duradouras contra a Rússia.
A
Rússia já era e Putin também. Não sei como ainda não o depuseram ou suicidaram,
como soe acontecer por lá.
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