De repente, por Tutatis!,
mais uma vez o céu cai sobre nossas cabeças, agora sob a forma de uma
aterrorizante gripe suína, que já querem denominar gripe norte-americana ou
mexicana (com o que se resolverão pelo menos alguns problemas econômicos
relativos ao consumo da carne de porco).
Essa mãe
natureza, quando manipulada, se transforma em madrasta e tem o dom especial de,
ciclicamente, nos atemorizar. Não quer que vivamos em paz. Estamos sempre sob o
domínio do medo. Para mim, cada vez mais adepto das teorias das conspirações
(os plurais são de propósito), isto é criação dos americanos teleguiada de
Ambush. Se você quiser entender minha proposição, leia A
Culpa é dos Americanos.
Essa
verdadeira porcaria teve origem México, cujo balanço desta manhã apontou 159
mortes, 1300 doentes internados e mais de 2500 sob suspeita. Já teria sido
localizado o paciente zero, um garoto de cinco anos num povoado do interior,
mas não se explicou como ele foi contaminado.
Como essa
gripe se propaga através do espirro e da tosse e foi originalmente transmitida
por um porco, em cujo organismo teria o vírus aviário sofrido mutação, presumo
que o garoto privava da companhia direta dos suínos.
O México está
paralisado: estabelecimentos comerciais, principalmente restaurantes, fechados,
as aulas foram suspensas em todos os graus, e calcula-se um prejuízo diário de
110 milhões de dólares, segundo o Bom Dia Brasil.
A Argentina
proibiu aterrissagem de aviões provindos do México. Cuba também.
O vírus é
virulento, como normalmente ocorre com vírus que se prezem, e emergiu de uma
conjuminação aviária, suína e humana.
Ninguém está
imune. A propagação é rápida. O vírus mata porque compromete órgãos internos,
principalmente os pulmões. A propagação não pode ser contida. O risco de uma
pandemia – uma epidemia sem fronteiras – é concreto e, segundo alguns
especialistas entrevistados, era anunciada e prevista desde a crise gripal
anterior, a asiática, provocada pelas aves. A
OMS diz que
surto de gripe suína se aproxima do nível 5 e indica pandemia.
Há casos na Alemanha, Inglaterra, Escócia, Áustria, Espanha, Canadá,
Israel, Costa Rica e Nova Zelândia. Nos Estados Unidos foi confirmada a
morte de um californiano e Schwarzenegger decretou
estado de emergência na Califórnia.
As bolsas
caem, deixa-se de exportar e consumir carne de porco, as agências de viagens
acusam prejuízo, mas a indústria das máscaras e a farmacêutica devem ir de
vento em popa.
No Brasil, há
monitoramentos nos aeroportos e nos portos, com atendimento de emergência. Há
hospitais de
referência com leitos preparados para atender viajantes
sintomáticos. Há vinte internados, mas nem suspeitos são, segundo as
autoridades sanitárias: estão apenas sob investigação.
Lula disse
que a gripe não vai chegar aqui. Espero que não seja mais uma fanfarronice,
tipo aquela da marolinha. Disse, também, que não é hora de fazer terrorismo, no
que está absolutamente certo. Ele conhece da matéria desde o tempo da
militância sindical.
A imprensa só
fala nisto. Até o golaço de Ronalducho – que calou minha boca – contra o Santos
ficou em segundo plano. Segunda-feira ele foi reprisado na Globo, na Band, na
Gazeta, na RedeTV, na Cultura, na Record e até no Canal do Boi, apenas 317
vezes, na minha contagem. O que é uma extrema falta de consideração.
O problema é
que há uma distância muito grande entre fazer e não fazer terrorismo. Faz-se,
hoje em dia, terrorismo inocente, daqueles que aterrorizam e, farisaicamente,
pretendem não ser terrorismo.
Os meios de
comunicação nos bombardeiam com informações terríficas, o dia todo e todo o dia
desde que a gripe surgiu, pintam um quadro medonho, fazem advertências
procedentes e escabrosas e, no final das reportagens, exortam, candidamente, a
que não se entre em pânico...
Seria melhor
que nos ensinassem a como sair dele!
Publicação original de 29/04/2009.
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