sexta-feira, 13 de março de 2020

A GRIPE SUÍNA!


De repente, por Tutatis!, mais uma vez o céu cai sobre nossas cabeças, agora sob a forma de uma aterrorizante gripe suína, que já querem denominar gripe norte-americana ou mexicana (com o que se resolverão pelo menos alguns problemas econômicos relativos ao consumo da carne de porco).
Essa mãe natureza, quando manipulada, se transforma em madrasta e tem o dom especial de, ciclicamente, nos atemorizar. Não quer que vivamos em paz. Estamos sempre sob o domínio do medo. Para mim, cada vez mais adepto das teorias das conspirações (os plurais são de propósito), isto é criação dos americanos teleguiada de Ambush. Se você quiser entender minha proposição, leia A Culpa é dos Americanos.
Essa verdadeira porcaria teve origem México, cujo balanço desta manhã apontou 159 mortes, 1300 doentes internados e mais de 2500 sob suspeita. Já teria sido localizado o paciente zero, um garoto de cinco anos num povoado do interior, mas não se explicou como ele foi contaminado.
Como essa gripe se propaga através do espirro e da tosse e foi originalmente transmitida por um porco, em cujo organismo teria o vírus aviário sofrido mutação, presumo que o garoto privava da companhia direta dos suínos.
O México está paralisado: estabelecimentos comerciais, principalmente restaurantes, fechados, as aulas foram suspensas em todos os graus, e calcula-se um prejuízo diário de 110 milhões de dólares, segundo o Bom Dia Brasil.
A Argentina proibiu aterrissagem de aviões provindos do México. Cuba também.
O vírus é virulento, como normalmente ocorre com vírus que se prezem, e emergiu de uma conjuminação aviária, suína e humana.
Ninguém está imune. A propagação é rápida. O vírus mata porque compromete órgãos internos, principalmente os pulmões. A propagação não pode ser contida. O risco de uma pandemia – uma epidemia sem fronteiras – é concreto e, segundo alguns especialistas entrevistados, era anunciada e prevista desde a crise gripal anterior, a asiática, provocada pelas aves. A OMS diz que surto de gripe suína se aproxima do nível 5 e indica pandemia.
Há casos na Alemanha, Inglaterra, Escócia, Áustria, Espanha, Canadá, Israel, Costa Rica e Nova Zelândia. Nos Estados Unidos foi confirmada a morte de um californiano e Schwarzenegger decretou estado de emergência na Califórnia.
As bolsas caem, deixa-se de exportar e consumir carne de porco, as agências de viagens acusam prejuízo, mas a indústria das máscaras e a farmacêutica devem ir de vento em popa.
No Brasil, há monitoramentos nos aeroportos e nos portos, com atendimento de emergência. Há hospitais de referência com leitos preparados para atender viajantes sintomáticos. Há vinte internados, mas nem suspeitos são, segundo as autoridades sanitárias: estão apenas sob investigação.
Lula disse que a gripe não vai chegar aqui. Espero que não seja mais uma fanfarronice, tipo aquela da marolinha. Disse, também, que não é hora de fazer terrorismo, no que está absolutamente certo. Ele conhece da matéria desde o tempo da militância sindical.
A imprensa só fala nisto. Até o golaço de Ronalducho – que calou minha boca – contra o Santos ficou em segundo plano. Segunda-feira ele foi reprisado na Globo, na Band, na Gazeta, na RedeTV, na Cultura, na Record e até no Canal do Boi, apenas 317 vezes, na minha contagem. O que é uma extrema falta de consideração.
O problema é que há uma distância muito grande entre fazer e não fazer terrorismo. Faz-se, hoje em dia, terrorismo inocente, daqueles que aterrorizam e, farisaicamente, pretendem não ser terrorismo.
Os meios de comunicação nos bombardeiam com informações terríficas, o dia todo e todo o dia desde que a gripe surgiu, pintam um quadro medonho, fazem advertências procedentes e escabrosas e, no final das reportagens, exortam, candidamente, a que não se entre em pânico...
Seria melhor que nos ensinassem a como sair dele!


 Publicação original de 29/04/2009.

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