Lenin,
cuja suposta bondade a Esquerda pretende preservar, preferindo sacrificar
Stalin, era igualmente perverso. Desde o início de sua vida revolucionária
defendia a morte, mesmo pela fome, para motivar a revolução e destruir a ordem
social. Talvez ele não tenha tido tempo de exercitar toda sua barbárie, porque
morreu cedo.
Embora
o texto transcrito qualifique a conduta de Lenin como marxista, na verdade ela
parece ser mais inspirada em Sergey
Genadievich Nechayev, seu guru, que defendia:
A paixão
revolucionária, praticada em todos os momentos do dia até que se torne um
hábito, será empregada com cálculos frios. Em todo o tempo e em todo o lugar o
revolucionário deve obedecer não a seus impulsos pessoais, mas somente àquilo que serve à causa da revolução (in O
Catecismo Revolucionário).
O texto sobre Lenin:
Uma das primeiras atitudes obviamente
marxistas do jovem Lenin surgiu em 1892, ano em que a Rússia sofreu uma das
mais tremendas fomes de sua história. Tolstoi, o grande escritor e pensador
"social", mobilizara toda a Rússia em socorro dos camponeses; em todo
lugar havia comitês encarregados da distribuição de víveres, organizados por
ele, ou nos moldes dos seus. (...) Mas Vladimir Ilitch
[Lenin] recusava-se a ajudar e analisava
o problema da seguinte maneira:
“A fome é a consequência direta de uma
determinada ordem social. Enquanto perdurar essa ordem a fome será inevitável.
Quando uma desaparecer, a outra também desaparecerá. A atual fome tem uma
função progressista, no sentido de que estimula o desejo de uma revolução
social. Porém as iniciativas para alimentar famintos são apenas uma expressão
do sentimentalismo adoçado com sacarina, que caracteriza nossos intelectuais”.
(In
V. Vodovozov, Minha Amizade com Lenin,
citado em Pró e Contra – Lenin, o Julgamento da História, Edições
Melhoramentos, 1975, pág. 14/15 – capa acima).
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