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Poesia publicada no Caderno de Literatura do Projeto DivulgaArte, da AJURIS, em junho de 1999.
Poesia publicada no Caderno de Literatura do Projeto DivulgaArte, da AJURIS, em junho de 1999.
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(Canto II: Agitato, speranzoso)
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Atropelam minha cabeça pesadelos revoltos
como pássaros confusos.
Desaninhados.
Nada sei de ti, que amei sempre
num silêncio agitado e inquieto,
num refolho cardíaco
que nem a fibrilação espanta...
Nada faço senão esperar,
cultivando a saudade de alguém que foi embora
mas de mim jamais saiu.
Mas vou te encontrar um dia
– eu prometo! –
e abraçar-te, quieto,
suavemente aconchegar-te,
aconchegar-me:
seremos duas almas serenas,
silenciosas,
relembrando vidas passadas.
Será que algum dia existimos?
Ou fomos sombras sem figura que passamos?
Espantalho dos pássaros furiosos,
voltarei a vigiar, depois,
reconfortado,
a saudade de um abraço eterno
que eu guardei para ti
por trinta séculos.
Publicado no blog Jus Sperniandi, do autor, no Uol,
em 09/07/2004.
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Pitacos transcritos do post original:
ResponderExcluir[Tell] [http://www.tagarela.blogger.zip.net]
Fico imaginando o que se passa na cabeça de um homem (ser humano)ao negar um filho (a)... Até entendo o medo de assumir os "erros", sejam do presente ou do passado... já me peguei algumas vezes fazendo isso... coisas do ser humano!!! Mas, em casos como este, trata-se de uma outra vida, de um outro ser humano...Ou melhor de outras vidas, de outros seres humanos, pois envolve todo mundo que está ao redor deles!!! É lastimável... Vc saberia me dizer se eles, depois disso, tentaram (ou tentam) se conhecer, estabelecer algum vínculo de pai e filha??? Ou só ficou no papel mesmo? pura curiosidade!!!
09/07/2004 17:17
[Tell] [http://www.tagarela.blogger.zip.net]
Bela poesia e lindíssima tela!!! Ah! li a sentença... e tiro, mais uma vez, o chapéu pra você!!! Só me mate uma curiosidade: Atuando como juiz, é realmente possível ficar imparcial??? Acho que eu jamais conseguiria!!!
09/07/2004 12:07