O pai de Lenin, Ilia Nikolayevich Ulianóv, foi um inspetor escolar e
recebeu o título de nobre hereditário por sua vida dedicada ao Estado e à
Educação. Amealhou certa fortuna e pôde dar aos filhos o que muitos pais não
tinham condições de oferecer na época.
Ele morreu em 1886. Quando o irmão mais velho de Lenin, Alexander,
foi executado em 1887 por atentar contra a vida do czar, a viúva Maria
Alexandrovna Ulianova (em solteira, Blank), mudou-se para a cidade de Samara. Lá o jovem
Lenin recebia amigos e colegas para reuniões políticas.
“Os amigos de Vladimir Ilitch [Lenin] não se sentiam muito bem na
confortável e burguesíssima casa de Maria Alexandrovna. Um de seus amigos conta
que: "Cada um de nós tinha uma reação diferente diante da toalha muito
branca da casa dos Ulianovs. Eu ficava horrorizado, Skliarenko odiava-a;
Jasneva, com toda a naturalidade, procurava sempre uma oportunidade para
sujá-la de geleia" (A. Beliakov, Juventude de um Chefe, Memórias dum
Contemporâneo, Moscou, 1960)” – transcrito em Pró e Contra, Lenin, o Julgamento
da História, Edições Melhoramentos, 1975, pág. 14).
Que tipo de discernimento leva alguém a sentir-se “horrorizado”, “odiar” e até, de
propósito, sujar de geleia uma toalha branca de mesa de uma nobre e refinada
senhora, mãe de um amigo, só por considerá-la (a toalha) um objeto burguês?
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