SE VIVO FOSSE, LENIN ESTARIA COMPLETANDO HOJE 150 ANOS
Já que o PCdoB lhe prestou homenagem, faço o mesmo, transcrevendo trecho do livro “Memórias de um Revolucionário”, de Victor Serge, sobre o "mea culpa" do homenageado:
“...
A paralisia geral ataca Lenin, faz com que perca, a intervalos, toda a
capacidade de trabalho, faz com que esqueça o alfabeto. Ele luta contra a
angústia de morrer cedo demais: seu rosto se torna contrafeito. Suas últimas
obras, artigos e discursos, trazem a marca de uma tristeza mortal e do
pressentimento de novos perigos. São frequentes expressões como estas: ‘Cometemos
tolices! A falta de ideias claras, a incapacidade, a ilegalidade, o arrivismo
subvertem-nos. Do mesmo modo que a mente e a presunção. Demolimos como
bárbaros. Tivemos de aprender tudo. Acreditamos dirigir o Estado, mas somos –
devido à nossa incapacidade – guiados por forças inimigas’. Está sempre latente
a ideia de que foi uma grande infelicidade o fato de a revolução socialista ter
começado nesse país atrasado, a Rússia. ‘Tínhamos um Estado emprestado do
czarismo, apenas pintado de sovietismo’” (Victor Serge, “Memórias de um
Revolucionário”, 1956) – transcrito
em Pró e Contra, “Lenin, o Julgamento da História”, Edições Melhoramentos,
1975, pág. 151.
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